segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O NORTE FLUMINENSE - 01-2012

                      MAIS UM ANO  E  MENOS UM
                                                                                   Neumar Monteiro

                           Passaram os dias de confraternização pela chegada do Natal, antes tão esperados e já, no alvorecer de 2012, esquecidos. Acredito que os tempos são outros, conforme já diziam os nossos pais: não encontramos mais os princípios de ontem... Viraram poeira, exonerados nesta modernidade intolerante e sem trégua que descartam os valores éticos e religiosos. Exercer a bondade no Natal é válido, mas quem sabe também no decorrer do ano? Conforme o ditado, arroz de um dia só não enche barriga.
                            As mensagens de Boas Festas lotaram as caixas de correios, também os eletrônicos emails, facebooks, twitter , you tube, blogs e demais enxurradas de cumprimentos, lamentos e futurismos de acabar o mundo em 2012 descrevendo o fogo, o louco e uma Nova Era comandada pelo agente do mal. Isto é novidade? Já assistimos a este filme e demais outros com assuntos iguais. Desde criança nos contam sobre a perversidade do ‘final dos dias’. Em contrapartida, creio num Deus onisciente, presente e soberano de nosso futuro. Quem pode contestar esta premissa?
                            Dentre todos os amigos que participaram da festa natalina faltou um: o aniversariante que nem foi citado, deitado na manjedoura com as mãos estendidas e sorriso de criança – singelezas de Natal que ninguém medita ou aprecia.  Beijos, brindes à paz e a festa natalina virou um encontro social desencontrado do objetivo da data. Risos, fogos, lampadinhas; flores vermelhas simbolizando alegria entrando pela noite a fora até começo do dia.
                            A revista Planeta de dezembro/2011 focalizou um artigo impressionante sobre o número de brasileiros sem religião, cuja soma aproximada já chega a “12,5 milhões dentre ateus, descrentes e agnósticos, todos vítimas de preconceitos, mas que podem ser mais espiritualistas do que os militantes religiosos de plantão”. Realmente os estigmas são frequentes desde o princípio do mundo, cada um exaltando a sua fé enquanto Jesus entregava a sua vida em prol do perdão, humildade e paz entre os povos. No Natal nasce Jesus e no coração dos homens morre a fé. Triste conclusão...
                            Atualmente, tenho ouvido muitas queixas sobre a solidão e a indiferença, pessoas com estigmas do desamor sentindo-se apartadas da sociedade porque não se vestem bem ou não ostentam bens valiosos. Sinal dos tempos ou que o coração já não abraça o amor ao próximo? Ou tudo misturado? A insanidade grassa por toda parte; na verdade não passamos de meros e minúsculos humanos, querendo imitar uma grandiosidade inatingível por nós. Daí  nascem as depressões, os crimes e as insanidades que transformaram o paraíso numa colcha de retalhos encardidos e mundos destruídos na escravidão dos prazeres... Imundices, estas, que norteiam às mentes, provocando os males e azares na vida.
                            O Ano Novo pode trazer a paz a quem tem fé e acreditar no amor e respeito à integridade do outro; não olhar os defeitos, mas perdoar o coração pela mágoa que ainda abriga; descortinar um novo horizonte não pensando no ontem que já se foi e nem volta depois; cresça e apareça, porque o olhar do outro é que nos define e nos forma, disse o filósofo Umberto Eco. Portanto, felicite o futuro! Embora os maus presságios de sábios e ciganos da sorte.



FELIZ  2012!

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