terça-feira, 30 de agosto de 2011

DEVANEIOS


FILOSOFANDO
               Neumar Monteiro 

Monet, Manet,
Rembrandt...
Por onde andará
tanta beleza
nessa história vã? 

Matisse, Picasso,
Renoir...
Velhos poetas
das telas,
o que irão pintar? 

Neste mundo,
telas vazias
jazem esquecidas.
Nesse tempo,
gente sofrida
traça o caminho.
Nesta hora
de cada hora
em desalinho,
onde se enquadra
um Gauguin
com seus matizes?... 

Não neste quadro
de infelizes.

domingo, 28 de agosto de 2011

SARAU

O
O Sarau entre amigos é um sucesso. Todos o levam com muita seriedade com seus instrumentos musicais, poesias declamadas. Há no Sarau instrumentos diversificados: violão de seis e doze cordas , teclado, guitarra, pandeiro, atabaque... Reunimo-nos mensalmente na casa de cada um. Ontem, dia 27/08, fomos na residência do casal Olivia e Atilano. Foi ótimo!

O NORTE FLUMINENSE - 11 / 2006


ANTENA COM BOM BRIL 
                                                                                                  Neumar Monteiro 

Tempos atrás, as crianças brincavam de pique-bandeira, chicotinho queimado e roda, enquanto nas calçadas as mães e as vizinhas, sentadas em cadeiras ou bancos, proseavam amenidades. O perfume denso do jasmim e o das rosas pairava sob o céu estrelado. Às vezes, as mulheres levavam bolos e biscoitos, assados em casa, transformando a noite em um divertido piquenique. Época inesquecível.
Com a chegada da televisão, já não havia tempo para o conversar amigo e nem para sentir o aroma do jasmim. Na sala amontoavam-se crianças e adultos frente ao aparelho de TV, então só adquirido pelos mais ricos conforme se falava naqueles dias. Aos pobres cabia chegar de mansinho disputando, com dificuldade, um lugar no cômodo apinhado.
 Na Rua dos Mineiros, atual Gonçalves da Silva, conhecemos a fabulosa telinha na casa do Sr. Filomeno Gomes Pimentel (seu Loló) e Sra. Augusta Dutra Pimentel (dona Nenê), então vizinhos do lado. Que lindeza aquele desfilar de astros que só conhecíamos do rádio! Cauby Peixoto, Marlene, Emilinha Borba e outros. Ali, perto de nós e em preto e branco, os famosos cantores da época.
E as novelas acontecendo dentro da nossa casa? No ar a antiga Tupi, pioneira em emissora de televisão do Brasil, graças à iniciativa do jornalista paraibano Francisco de Assis Chateaubriand. A primeira novela e o primeiro telejornal; a presença de artistas como Tarcísio Meira, Carlos Alberto, Ioná Magalhães, Paulo Gracindo, Paulo Autran e demais elenco de estrelas. Também, programas campeões de audiência: Alô Doçura, Sítio do Pica-pau Amarelo, O Céu é o Limite, Clube dos Artistas e o Repórter Esso - por 18 anos transmitindo notícias. Na Tupi aconteceu o primeiro beijo na boca, na novela “Tua Vida Me Pertence”, na qual Vida Alves deixou-se beijar pelo galã Walter Foster. Também na emissora assistimos, extasiados, a fascinante chegada do homem na lua.
O problema maior da televisão eram os chuviscos e o som de duvidosa qualidade. E haja buchinha de BOM BRIL para colocar na antena. Puxa pra lá e puxa pra cá, sobe no telhado para mexer na antena espinha de peixe: Está bom? E assim? Estão vendo bem? Pegou? O que respondíamos em coro: Um pouquinho pra esquerda... Para a direita... Vira um bocadinho. Quando chovia a televisão não pegava nem com reza forte. Era mesmo assim.
 A evolução dos costumes e da tecnologia foi essencial para o progresso da humanidade. O advento da televisão deu um salto grandioso rumo ao futuro refletido agora, dentre outros, nos avançados computadores que transformaram o mundo numa aldeia global. Um pulo de uma década a outra, e aconteceram coisas que só na imaginação poderíamos prever. A vida ficou mais fácil porque, graças à engenhosidade humana, sabemos dos fatos no momento em que acontecem. As crianças já não cantam as cantigas de roda e as histórias de assombrações, narradas pelos avós nas noites escuras, foram substituídas pelo Freddy Krugger, Frankestein e Poltergeist. Nada mais como antes, tudo igual ao de antes, só mudou a técnica de transmitir. Continuamos como seres humanos, capazes do enternecimento com o belo, de sonhar, sentir e amar. Violência sempre existiu. Pensando bem, nem tudo foi perdido.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

RECORDANDO

O antigo Calvário na amplidão do morro, contemplando o cenário antigo de Bom Jesus. A Igreja se enxerga lá de longe onde a vista alcança. O Calvário... Não mais o mesmo! Não há coração que resista a passagem do tempo... Esta modernidade agride todos nós!

DIA DOS ARTISTAS


24 de agosto comemora o “Dia dos Artistas”; artista somos nós que lutamos pela vida no dia a dia; que batalhamos para o reconhecimento e choramos pelo descaso. Mais vale um rico do que qualquer intelectual, artista do dia a dia; mais vale o esplendor do ouro que o tesouro da mente; serve mais a sociedade aqueles que bajulam, que exploram e se exibem. Os artistas, coitados, são tratados com desprezo neste Brasil inteiro. Resta-nos a dúvida: A  beleza é vista pelo olhar do artista ou só o artista enxerga a beleza da vida?  (Neumar Monteiro)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

POEMA DO AMOR ETERNO



TARDES DE OUTONO
                           Neumar Monteiro 

Tardes mornas de outono.
Quantas lembranças!
O sol reflete dourado
nos cabelos das crianças
e os montes, todos eles,
fulguram a ouro. 

O vento, nos ramos descabelados,
murmura canções ao ouvido das flores.
E estas bailam, ligeiras, ao compasso da brisa,
como ninfas tresloucadas!
E o riacho lentamente passa
adormecido no regaço do seu leito. 

Depois, tudo muda.
Um manto escuro encobre a relva.
Sombras inquietas surgem
afugentando a tarde.
Os ramos são esqueléticos braços.
O riacho encrespa suas águas,
como rabo de gato. 

O sol fecha os olhos atrás dos montes,
que já não são dourados, e dorme.
No estampado céu surge a lua
coberta de prata, ornada de estrelas.
Um silêncio sepulcral envolve a natureza.
É chegada a noite!

domingo, 21 de agosto de 2011

AS FLORES DO JARDIM DA MINHA CASA

Orquídeas azuis, roxas, brancas singelas... São belas as orquídeas como mulheres vestidas de cores extravagantes. As flores nos jardins são multicores e repletas de amores. Porque são vaidosas, são preciosas para nós: as mulheres!... Que as olhamos, invejosas e sem pudores, como nada igual na vida. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

SAUDADES

Lívia Seródio: que saudade da sua beleza e simpatia... Bem vestida bem criada, uma dama da nossa sociedade. Que tempo bom do passado! Outros ventos, outra maneira de viver... Tudo novo aqui na terra e acredito que está tudo bem aí no céu. Você mereceu ser linda, inteligente e nobre; obrigado por tudo que nos legou. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

POEMAS DE NEUMAR


LIBERTAÇÃO
                   Neumar Monteiro 

Não quero que ninguém
desvende o meu íntimo
e nem me compreenda.
Eu quero é falar por falar,
mesmo sem plateia.
A mim, somente,
a compreensão do que canto.
Aos outros, o silêncio obstinado
e os sorrisos de escárnio. 

Sou eu. Basta-me saber que sou.
O resto é pura vaidade
de almas gananciosas.
Não almejo um céu
de glórias eternas
nem um calvário
de provações e lutas. 

Almejo ser grande
no universo do meu próprio ser.
É o quanto basta
para fazer-me feliz e realizada!
Um dia, quando o presente
tornar-se passado e
as idades se confundirem
no calendário da vida,
compreenderão os meus
anseios mais íntimos. 

Neste dia, terei o espírito
obeso de realizações
sem saudades ou tumultos,
sem barreiras!...
No extremo longínquo:
Nos confins!

RECORDANDO

Grêmio Recreativo Escola de Samba URIÇÚ
Bom Jesus do Itabapoana
Tempo de Carnaval! Tempo de alegria quando a comunidade se reunia para enfeitar, com seus blocos, as ruas da cidade. Tempos sem violência, sem medo e sem disfarce; tempo da sinceridade! Hoje tudo é disputa, medo e insensatez... Qual será o tempo desta vez?
(Obs. Clique na foto para aumentar)


sábado, 13 de agosto de 2011

DIA DOS PAIS - 14 / 08 / 2011


Pai é uma bênção, Pai é um amigo! Neste dia dedicado aos pais não o esqueci: Esteja vivo ou não devemos lembrar desse amigo, que na hora da dor ou da alegria chora conosco o desencanto e ri, às gargalhadas, se o riso nos visita. Ama o seu pai! Pois a face de Deus nele habita.  


AMIGO
                                                                   Neumar Monteiro  

Não me canso em dizer
que és amigo,
mesmo na hora que o sofrer maltrata.
Amigo que se cala
quando aumento o grito,
saído do meu peito
quando a tristeza grassa.  

Amigo na incerteza
das horas maltrapilhas,
em que me ferem a pele
e que minh’alma matam.
Quando olvidam os meus lamentos,
quando o estresse ataca,
quando piso vacilante
o chão da minha estrada.  

Amigo é isto tudo,
que cala e consente.
Que despe o próprio corpo
para encobrir a gente,
que chora quando o riso
já se esqueceu de nós.  

Tudo isto és, amigo,
e mais coisas não posso
dizer-te, neste instante,
nestes versos tão pobres
mas que são ricos de amor
para chamar-te AMIGO.


RELANÇAMENTO DO LIVRO HAICAI



12/08/2011 - TENDA CULTURAL - FESTA DE AGOSTO
Relançamento do livro de minha autoria "Sempre a Primavera"- Haicai - a convite da Secretaria de Turismo, através do seu Departamento de Cultura a cargo da artista Martha Salim, que vem comandando aquele Departamento com dedicação e  capacidade já comprovadas.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ESPAÇO CULTURAL LUCIANO BASTOS

Na inauguração do Espaço Cultural o coral "Amantes da Arte" fez-se presente. Honra e Glória Espaço Cultural!... Como o Ginásio Rio Branco mereceu toda a honra e toda a glória durante os anos que ali estudamos. Parabéns pela iniciativa dos filhos em homenageá-lo. Bom Jesus agradece. 

TENDA CULTURAL

 
 Exposição da Festa de Agosto. O ambiente estava perfeito, com tendas e pessoas elegantes, uma bonita festa. Sob a tenda, retrato com minha irmã Izabel; ao fundo, quadros da minha autoria (óleo s/tela). Presente o jornalista e fotógrafo NILO, responsável pelo site ABC Capixaba. Parabéns pela sua iniciativa e que continue pois, com certeza, este  é o caminho para o sucesso. Parabéns!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O NORTE FLUMINENSE - 08-2011


QUANTO TEMPO DE AGOSTO
  Neumar Monteiro                                                                                                
                       
              Quanto tempo eu o vejo passar, agosto... Desde as fanfarras que encantavam as nossas vidas. Os colégios, engalanados, se vestiam de cores belas que aplausos recebiam; também havia amor a esta terra, bem como, altivez, amizade e honraria. Um agosto com gosto de fantasia que salpicava, em nossos olhos, um brilho contagiante de alegria.
                          Vejo hoje e quase sempre estas fotos, que do passado transitam em minha mente; e sinto a saudade boa que me toma e, sonho, através dos pensamentos. Penso naqueles que não viram as nossas festas, que a cada ano vão murchando lentamente. Culpa dos tempos modernos que já não gostam do que outrora seduziam? Ou do descaso que, por acaso, nos assombra? Sabemos ver e entender este futuro que passa célere sobre sonhos e fantasias? Hoje a ganância tem o preço do pecado e a saudade já venceu sua valia.
                          Antes, era lindo o alvorecer do mês de agosto, o céu de fofas nuvens embranquecidas... Um vento frio que gelava o nosso rosto, luvas nas mãos e meias coloridas. Bailes no Aero, Tupy e  Noelandia - que ficava lá no horto da cidade - hoje azaleias e árvores elegantes foram cortadas, destruindo este passado de saudade. Quem quisesse um dançar apimentado, tinha o “Mané Zefina” ou a “Senhorinha” de entremeio. Casas lotadas no rodopio dos boleros, rosto colado, amor de graça de permeio.
                               Banda de Música que o Áureo Fiori conduzia; Banda Marcial do Antonio Honório, que José Tebet Cury regia; Bandas do Rio Branco e Zélia Gisner; Banda de Carnaval que o Tupy trazia, invadindo a festa de alegria; bandas que se querem bandas!... Gritava o povo em euforia! Cada uma a seu estilo, que aplausos recebiam. Pipocas e barraquinhas ao lado da Igreja Matriz, que contornam a beira rio e serpenteiam até a praça. Corrida de saco e bicicleta; gincanas, turistas e fulanas batendo palmas com gosto; a praça cheia de vida e grande contentamento, na passageira alegria de três dias de agosto.
                               Hoje tudo mudou: a praça agigantou e virou cidade grande. Mas o coração persiste amando esta terra guarida, que crescemos admirando para sempre em toda a vida. Os rumos políticos são os mesmos, que de janeiro a janeiro trabalham por Bom Jesus. Quantas melhorias foram feitas, que falando o contrário não se pode admitir: o asfalto está cuidado, as flores estão bonitas; o chafariz da cidade esguicha águas amigas; o Calvário lá no monte, histórico para nós todos, vigia o nosso horizonte e reza por esta terra, que já teve um homem santo, escritor, poeta, agrimensor, que chamava Padre Mello. Hoje os frutos amadurecem neste solo cristão. Cuidados e abençoados na Igreja que zela a praça deste povo cordato e ordeiro, que comemora a vitória: do bem, do amor e da graça.
                                Bom Jesus agora e sempre foi um recanto de luz... Gente forte e povo amigo que não se esquece desta terra que, muito embora os deslizes, continua pelejando na jornada do batente pelo pão de cada dia. Agora, no tempo de agosto, recebemos com alegria os conterrâneos ausentes: BOAS VINDAS, BOA GENTE!                      




CAPOEIRA

domingo, 7 de agosto de 2011

POEMA DO AMOR ETERNO

O JUÍZO FINAL
                     Neumar Monteiro 

Súbito cobre-se o céu
de um negro intenso.
Nuvens de espavento
passam céleres
como corcéis
galopeando campinas.
Ribombam os trovões
como tambores de guerra.
Faíscam pelo ar
os raios multicores!
Silva, ruge, assobia
o vento gélido da morte.
E os homens, espavoridos, correm,
tentando fugir em vão
à fúria Divina! 

Abrem-se sulcos no chão.
Incham e espumam ferozmente
os mares encapelados.
Línguas vorazes de fogo
lambem o solo.
Pássaros, plantas e feras,
tudo se consome.
Foge amedrontada a luz.
Milhões de estrelas cadentes
ziguezagueiam pelo espaço.
Apagam-se os pirilampos,
tragados pela escuridão
e pelo caos. 

Por fim, tudo clareia.
Anjos adejam pelo ar
entoando canções.
Apartam o bom do mau
e os lobos das ovelhas.
Cânticos de louvores e lamentos
enchem a imensidão dos céus.
E sofrendo e suando
vão os homens
pastoreando a sorte. 

E Deus, do infinito, tudo vê.
E, na sua bondade,
passa sobre a culpa dos homens
a esponja do perdão.
Dá novamente o Verbo feito carne
em prol da humanidade.
E esta outra vez O leva
ao Gólgota das injúrias,
fria e indiferente à Sua dor
no Calvário das penas!


sábado, 6 de agosto de 2011

DATAS COMEMORATIVAS

As Comemorações de Agosto:


03 · Dia do Tintureiro
03 . Dia do Capoeirista
05 · Dia Nacional da Saúde
08 · Dia do Pároco
11 · Dia do Advogado
11 · Dia do Estudante
11 · Dia do Garçom
11 . Dia Internacional da Logosofia
12 · Dia Nacional da Artes
14 . Dia dos Pais
15 · Assunção de Nossa Senhora
 
15 · Dia da Informática
15 · Dia dos Solteiros
16 . Dia do Filósofo
19 · Dia do Artista de Teatro

20 . Dia dos Maçons
22 · Dia do Folclore
24 · Dia dos Artistas
25 · Dia do Soldado
27 · Dia do Psicólogo
28 · Dia dos Bancários
29 · Dia Nacional do Combate do Fumo
31º · Dia da Nutricionista

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

AS FLORES DO JARDIM DA MINHA CASA

O NORTE FLUMINENSE - 03 / 1998

                          MEA CULPA  - 03/98
                                                          Neumar Monteiro
                                                               

                               Faço parte de uma geração de pós-guerra, tendo em vista que o término da II Guerra Mundial aconteceu há apenas alguns anos antes de o meu nascimento. Foi uma geração difícil, que só pegou de arrancada dos anos sessenta em diante, quando, então, já tínhamos adentrado uma década de existência.
                                      Lembro-me, como se fosse hoje, de as dificuldades daqueles tempos, argamassadas num passado de medo e insegurança constantes. Os destroços da guerra ainda nem tinham sido removidos e os povos choravam, como ainda o fazem, suas perdas humanas, notadamente as dos judeus no holocausto em campos nazistas.
                                        Assim como a Igreja Católica, nós também nos recordamos. Toda uma geração criada à sombra do extermínio perpetrado pela Alemanha de Hitler. Como esquecer as aulas de história que incitavam o ódio aos judeus como um povo amaldiçoado que crucificou Jesus? Como não se lembrar dos horrores em Auschwitz exibidos em filmes e revistas?
                                  O tempo deu tempo ao tempo. Hoje, com mais de cinquenta anos de atraso, a Igreja Católica se pronunciou sobre o seu silêncio durante o extermínio dos judeus na II Guerra Mundial. Um grande passo para eliminar de vez a “semente infectada do antissemitismo e do antijudaismo no coração dos homens”- essa mancha indelével que há dois milênios vem separando judeus e cristãos. A Igreja, através do Pontífice João Paulo II, dá ao mundo uma lição de humildade. Muito mais do que o reconhecimento da ‘mea culpa’, reabre uma polêmica milenar expondo-se ao julgamento público; um ato corajoso... Digno   de um catolicismo triunfante e de uma igreja forte e verdadeiramente cristã.
                                    Muito bom que isso aconteça na Quaresma!          Tempo de resguardo do espírito para o renascimento de um homem renovado. O que emergirá desse roxo paixão, aponta um Terceiro Milênio livre de culpas, de alma lavada e enxaguada das omissões do passado. Nós só temos a lucrar com tudo isso! Esse exame de consciência é propício às indagações do presente que pedem respostas sinceras e diretas, que não carreguem para o futuro o ônus da repetição do ‘mea culpa’.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

CAPARAÓ


PICO DA BANDEIRA: acima das nuvens apreciamos aquela belíssima paisagem natural. Tudo que Deus faz é maravilhoso, principalmente este lugar único que nos comove tanto. Nossa família adorou o passeio.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

DEVANEIOS

A  LÁGRIMA
                                      Neumar Monteiro

Na primavera dos meus sonhos mais belos
encontrei-me, um dia, com uma lágrima
e perguntei-lhe enraivecida: 

Por que me persegues? Que queres de mim?
Vai-te embora daqui, que não preciso de ti!
Volta ao lugar de onde vens, pois nesta terra
és temida e odiada por todos .
Esqueça a humanidade!
Quero desta vida somente as alegrias e os risos,
deixa-me, portanto, em paz! 

E a lágrima, sentida, respondeu-me:
Deslizei dos olhos de Cristo no Calvário
quando Ele, expirando na cruz, pediu ao Pai
a redenção dos homens.
SOU REDENTORA! 

Morei nos olhos de Maria, quando ela
chorou pelo seu Santo Filho.
SOU SANTA! 

Beijei a face de Madalena,
no momento em que Ele a perdoou.
SOU SALVAÇÃO! 

Vivo nos olhos felizes das mães
que recebem os filhos pródigos
que regressam ao lar.
SOU PERDÃO! 

Morro a cada dia com a morte e
renasço a toda hora com a vida.
SOU RESSURREIÇÃO! 

Sou o lenitivo da saudade,
o primeiro vagido de quem nasce
e a derradeira emoção do amor.
Sou, também, a tristeza da partida
e a alegria do regresso.
Habito os casebres mais humildes,
misturada ao pó, e os castelos dos nobres,
entre faustos e riquezas.
Estou e estarei sempre presente no homem,
desde Eva até o fim dos tempos! 

Pobre Humanidade, que não entende
a nobreza do pranto! 

Calou-se, enfim, a lágrima sentida.
Calei-me também, comovida e grata.
E minh’alma, aprisionada no sepulcro
de atávicos temores, revivesceu feliz
no pranto libertador e puro
que banhou meu rosto!


A VOZ DO POVO

MÃE  POEMA  -  1991
                                          Neumar Monteiro                                                  

                        Hoje quero falar de mãe. Não de mãe bonita retratada em capa de revista, mas da mãe sofrida que batalha pela vida. Aquela que enfrenta as lutas terrenas com estoica resistência, anônima sem sorte do nascimento à morte.
                        Uma mulher comum. Como eu, você, como qualquer mãe brasileira de lida rotineira, que luta heroicamente do dia que amanhece até o sol poente.
          Uma mulher qualquer, de nome Maria ou Maria José. Sem vaidade, sem dinheiro e sem idade. Que trabalha de sol a sol e em noites sofridas, retirando o sustento dessas lidas. Mãe de avental, e de carne e osso, que já perdeu da alegria o endosso.
Mãe lavadeira, cozinheira... Ou qualquer que ela seja, o seu Status de Mãe confere-lhe posto e grandeza.
                        Venho falar de mãe. Qualquer uma dessas que doou à terra um fruto das entranhas. Num poema inusitado que fala da verdade, tento desvendá-la perante a humanidade.
                        No cortiço que ensombreia à luz que já se apaga, dormita uma criança que a mãe, feliz, afaga. No rosto enrugado e nos olhos dormentes, resplandece o amor ao mini ser vivente. Um quadro tão bonito e de tamanha pureza é o materno testemunho de angelical nobreza.
                        Não importa o seu nome, repito, nesta homenagem: se seda o seu vestido ou trapo sua verdade. Importa, isso sim, que essa mãe esquecida seja também lembrada pela missão na vida.