quarta-feira, 26 de outubro de 2011

LIVRO "POEMA DO AMOR ETERNO"

QUEM SOU EU?
                              Neumar Monteiro 

Quem sou eu que trago a máscara do riso
e que no peito oprimido choro?
Quem sou eu que esconde as lágrimas que rolam
sob a máscara do riso que deploro? 

Serei feita da dor, se é ela que encontro
a torturar-me as noites e a perseguir-me os dias?
Sou como a rama que o vento chicoteia
num abismo de lentas agonias! 

Liberte-se, ó alma sonhadora e incompreendida
e chore o pranto milenar que a traz cativa.
Deixe cair os grilhões da falsidade,
deixe rolar a lágrima escondida,
pois somente a verdade nos liberta
e nos faz feliz por toda a vida!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

LIVRO "POEMAS DE NEUMAR"

REENCONTRO
                                      Neumar Monteiro 

Foi singelo, amor,
o nosso reencontro.
Primavera novamente
casou-se com o outono.
Foi festa, tudo festa...
Bolhas de sabão coloridas
pelo céu de minha vida,
e o vento, risonho,
a embaraçar as iniciativas. 

Serão as palavras dos homens
suficientes para exprimir
o reencontro?
O reencontro é a chegada.
Para tudo. Só nos dois,
mais nada. 

É o transbordar da taça.
É o sonho final onde
tudo é permitido,
até a morte.
É o ser encaixado
no quebra cabeça
da procura.
É a peça do jogo
que faltava,
mais nada.
Estou completa.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

DEVANEIOS

O PADEIRO
                          Neumar Monteiro 

O padeiro
inaugura o dia
com o seu grito
estridente:
-Venha que o pão
está quente!
Um convite à comilança
que a vizinhança acode.
Desfile de rostos
mal dormidos,
corpos marcados
por deleites vividos
na noite. 

Crianças descobrem
os brioches e os doces
de confeiteiro
na cesta do padeiro. 

Um ancião busca
um sonho amarelo,
degustado com a boca
estremecida.
Tantos sonhos
já sonhados nesta
vida!...
Restam-lhe os de creme,
lembrança que ficou
na mente esvaecida.

domingo, 16 de outubro de 2011

O NORTE FLUMINENSE - 10/2011

BRASIL SEM AUTOESTIMA 
                                       Neumar Monteiro                                                   

     Contam-se nos dedos as obras que o Brasil se empenhou realizar nestes últimos anos. Falamos de obras não realizadas em todos os quadrantes do mando: de Municipal a Federal.  As pequenas obras são muitas das vezes, mais aplaudidas do que as grandes, pois as primeiras tratam de consertos de pontes, limpeza da cidade, pracinhas impecáveis e conservação de monumentos, igrejas e escolas municipais, tendo em vista que são alvos da opinião pública. Uma cidade bem cuidada espelha a administração municipal, por ela imagina-se todo o enredo de votos políticos.
     Realmente todo o Brasil sofre de baixa autoestima; muitos locais em que passamos vê-se o acúmulo de lixo com os mais controversos objetos: poltronas rasgadas, cachorro morto, comida estragada, entranhas de bichos    e outros descalabros indignos de citar nesta crônica. Chegamos a seguinte conclusão: infelizmente todo o Brasil sofre desse desmazelo público, muito embora o setor do turismo, nacional ou internacional, sempre esteve em alta, o que não deixa de ser uma controvérsia dada a circulação constante de moedas estrangeiras mais fortes que a nossa. É hora de mudar esta história: Brasil mal administrado e o Real correndo às soltas pelos cofres públicos... Sabe-se lá para onde vai!
     Culpa-se o tempo em que vivemos que dá mais valor ao que vem de fora do que as penúrias que se passam aqui... Mal do mundo, mal da gente. Não sei por que, mas antigamente havia um bairrismo mais aplicado, entusiasmo mais fremente e patriotismo maior. Estamos numa época na qual os alunos não gostam de participar de desfiles escolares, notadamente quando se homenageia a Pátria amada, idolatrada, salve, salve! Nem mesmo participam de desfiles oriundos de festejos municipais. Mudou-se a cara do idealismo, findou-se a era do ufanismo e os ratos invadem o navio. A que ponto chegamos!...
     É triste trocar moedas com crianças como: quem comparecer ao desfile terá cinco pontos a mais nas provas; participem que terão um dia sem aula; faremos uma viagem até a praia... Repete-se este fato em todo o país desta terra varonil, do Oiapoque ao Chui.  Tanto se gasta com futebol, carnaval e Rock In Rio, oportunidades em que se constroem estádios modernos, cidade do Rock faraônica, e carnavais alegóricos de tirar o fôlego. O Brasil tem que se mostrar ao mundo como um Rei... Rei dos mendigos, rei das favelas, rei dos sem terras, rei do analfabetismo, rei sem casa e sem mais nada. Ai que vontade de chorar!...
    Nosso país padece de amor-próprio ferido e dignidade ultrajada! Mas não dobra o estilo, não tira o vestido da porta bandeira, não destrói seus monstros, seus desenganos e seus medos... É, afinal, um arremedo de si mesmo, mostrando-se forte para agradar os gringos como se fosse impróprio mostrar a própria cara. Temos que elevar este despreparo aumentando o nível de aprendizagem, embelezando a paisagem, amando esta terra que bem cobiçaram os descobridores quando aqui aportaram.
     Afinal, o Brasil tem que elevar a autoestima trabalhando não só para os cobiçosos olhos do mundo, mas para a valorização desta terra brasileira que deu bobeira, até hoje, só aplaudindo outros países na baixa do brio que estacionou seu povo.



Muqui ES. Sítio histórico: esnoba tradição e antiguidade, cidade cercada de verde, ruas antigas,  exibindo casarios com painéis pintados nas paredes, estilo rococó em seus frontões e igreja centenária... Vale a pena visitá-la.

sábado, 15 de outubro de 2011

O NORTE FLUMINENSE -01/2007

                                        ORQUIDEA AZUL


                                                                                       Neumar Monteiro 

Olhando o passado de longe, como olho hoje, tão precioso em emoções e aprendizagens de vida, relembro as orquídeas que floresciam nos jardins da minha saudade. Lindas orquídeas, em caules elegantes tão altos que pareciam tocar o céu, amarradas em uma mangueira de tronco enorme, que precisava de cinco crianças de mãos dadas para abarcá-lo no amplo quintal da casa da doceira Adélia. Que portentosos galhos em tão robusto tronco!... No tempo das mudas trocadas com os vizinhos e das conversas miúdas com as comadres. Também se praticava, com frequência, os enxertos em plantas na busca de variedades e outras colorações. Foi assim que conheci a inesquecível Orquídea Azul, fruto de sucessivas experiências de habilidosas jardineiras. Nunca mais vi nenhum exemplar daquela cor.
Bom Jesus era diferente. Não esse descaso acentuado nem essa correria que empreendemos hoje, mas um dormitar tranquilo de cidade interiorana guiada pelo púlpito da Igreja Católica e pelo Delegado. Os professores, muito respeitados, extrapolavam a grade curricular buscando a família do estudante como extensão da sala de aula. Era importante essa proximidade. Toda uma geração estudou com as saudosas mestras Carmita, Carmélia, Clarisse, Mariquinha, Guelmar, Adélia, Bárbara, Amália, Vanda e tantas outras que fizeram da educação um ato de amor e desprendimento.
Se tudo for analisado com a filosofia minimalista atual e o comportamento desprovido de emoção, talvez alguém considere essas lembranças desnecessárias ou piegas. Pelo contrário, em plena era da industrialização dos sentimentos é que se faz necessário preservá-las. Uma questão de cultura e de respeito à história nos leva a trazê-las ao público. 
Impossível esquecer-se dos bibelôs (biscuit) que enfeitavam as cristaleiras, marca Goebel ou Galluba & Hoffmann e dos pinguins de porcelana em cima da geladeira; das peinetas, de baquelite ou marfim, estilo e época art déco, que prendiam os cabelos das senhoras; pratarias brasileira e portuguesa, bem como o mobiliário do século XIX, heranças dos avós, usados nas fazendas; armário alemão de 1934 e banco de ferro e madeira, década de 1940; máquina de café, de 1950; caneta-tinteiro Parker 51 modelo Vacumatic com joia dupla produzida de 1941 a 1948; Caixa Registradora National; relógio Patek Philippe e rádio Phillips de madeira e botões de baquelite; urinois (penicos) feitos de ágata, porcelana e até de barro da F. Winkle and co.; jogos de chá, Porcellana Mauá, dos anos 1950; pratos de cerâmica Matarazzo, 1950; Forte Apache, entre as décadas de 1950 a 1970; Dicionário Prático Ilustrado, edição 1961 de Lello e Irmão; kits de avião civis e militares, como o Puma AS 330, 1940 a 1970; perfumeiros de cristal overlay, dentre outros.
Um pequeno registro de objetos que acompanharam a infância de muita gente. Um entremeio de vida, um paparico de recordação. Quem descobrir um exemplar da inesquecível Orquídea Azul mande notícias, porque até hoje sonho encontrá-la.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

POEMA "INÉDITO"

SABOR DE ESPERANÇA
                                                                 Neumar Monteiro

Foi um tempo de amor e versos,
cantos e sonhos na explosão dos sentidos.
Jovens lutando pela paz, que se desfaz
pelos caminhos dia após dia.
Jovens sozinhos a sonhar estrelas
e descortinar janelas.
Moços em profusão e um canhão na voz:
Paz e Amor!
Joviais em seus anseios, enfrentavam
beliscadas de drogas e um tapa
na esperança.
Como crianças brincavam
de mudar a vida: casinha colorida,
flor no quintal e arrozais nos campos:
singelezas e alegrias daqueles
dias incinerados de loucuras.
Fantasias de mudar o mundo
tão frementes eram, que choravam
nas partituras das melodias escritas
nas celas malditas da Ditadura.
Em noites escuras transformaram
o mundo, vergaram a hipocrisia
nas letras musicais distorcidas,
enquanto nos porões encardidos
 aprisionavam os idealistas.
 Homens fardados assassinavam o corpo,
mas não os protestos saídos das bocas.  
Do sonho pouco restou daquele
tempo infernal. Só um ideal
esquecido no quintal onde se
plantou a semente verde da esperança.
Na verdade houve a mudança,
como um protesto de criança
na vontade que chegasse
 “Paz e Amor”... Seja aonde for!

sábado, 8 de outubro de 2011

POEMA - INÉDITO

NÃO É PRECISO CHORAR
                                                                      Neumar Monteiro 

Não é preciso chorar sobre o desencanto,
A cada encontro sopra de novo a brisa.
A sombra escondida dos descasos não pode
Atrapalhar os passos de quem caminha.
Siga, portanto, em frente e a cabeça erguida. 

Não fuja dos fracassos que a vida lhe expõe;
Enfrente-os com um sorriso e tudo ficará melhor.
Não ria da vida e não deboche da meia rota,
Talvez a sua possa faltar um dia e não terá outra. 

Nunca seja gentil para ser bem aceito,
Pois a vida sempre tem preceitos de escolhas.
A mentira tem sabor e brilho sem sentido,
Quando se vê a inveja que sai da boca. 

O presente não deve espelhar o passado.
Tudo se modifica e se explora nesta vida.
Passado não se conserta nem se remedeia,
Faça o bem sem desalento, desfraldando,
Ao vento, a bandeira da paz e da concórdia.
Cada um tem o seu tempo e sua história! 

É preciso viver a sua vida e não imitar alguém.
Esquecer o passado é impossível... Pois ele nos alcança!
O que você inveja voltará um dia, em forma de cobrança. 

Cada um tem seu caminho e a sua sorte
E não há quem envergue a árvore da verdade.
Pode passar o tempo, como uma viagem,
mas o tronco, do desalento, cobra a passagem. 

É proibido atraiçoar a natureza e esquecer-se de Deus.
A oração é mais que um pedido é mais que tolerância;
É um projeto de Amor que toca uma criança e o mundo inteiro!
Dobre o joelho ao chão, meu companheiro, não desfaça do bem.
Seja abençoado o coração, com o perdão que liberta a maldade,
Faça sua oração olhando a lua. Você faz parte desta beleza viva:
No dom de perdoar àqueles que lhe apedrejam os passos.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

LIVRO - POEMA DO AMOR ETERNO

DESENCANTO
                                 Neumar Monteiro 

Miragens, ilusões,
busca sem encontro,
poesia inacabada.
Tudo isto é vida,
tudo isto é nada,
para quem procura
com afã de ser feliz.
Lá fora o vento frio
tritura os ossos,
esfria os desejos.
Cá dentro me envolvo aquecida
por sequiosos beijos. 

Aqueço o meu corpo,
minh’alma permanece fria,
e a procura esperançosa continua,
qual veleiro num mar tempestuoso,
ao sabor da ventania.
Me aqueço, me esfrio
nesta busca sem remédio.
E o que encontro é o vazio,
o interminável tédio,
que não me impede os passos
de reiniciar a busca.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

MÚSICA NA PRAÇA


PROJETO MÚSICA NA PRAÇA
DEPARTAMENTO DE CULTURA DA PREFEITURA MUNICIPAL – BOM JESUS DO ITABAPOANA- RJ
Ontem dia 02/10/2011, às 20:30h o Coral “Amantes da Arte”, sob a regência de Ana Maria Oliveira Baptista, fez sua apresentação na Praça Governador Portela, com canções abrangendo variados ritmos brasileiros sendo muito bem recepcionado pelo povo e pela responsável do Departamento de Cultura Marta Salim . Que possamos usufruir deste Projeto, tão necessário aos jovens e à cultura bonjesuense em geral.

sábado, 1 de outubro de 2011



 
Aconteceu em 30/09/2011, no “Espaço Cultural Luciano Bastos”, um concerto de piano “Melancolia” integrando o calendário de eventos culturais agendados para 2011. Na oportunidade, apresentaram-se Antonio Bendia  Junior, Luiz Otávio Barreto e Ana Luiza Xavier. Todos presentes se elevaram com as músicas, poesias, recepção e versatilidade nunca antes vistas nesta cidade. Parabenizamos a Drª Paula, Drª Claudia e o Dr. Gino Bastos pela beleza da noite musical/cultural/poética.    

RECORDANDO

Os jovens de hoje nunca devem ter ouvido falar que aqui em Bom Jesus já teve orquestra de acordeón. Esta apresentação aconteceu em praça pública - Praça Gov. Portela, o que lotou não só a praça como todo o espaço da rua principal. Que pena que tenha acabado momentos tão belos!... Ai que saudade que dá!...