quinta-feira, 27 de setembro de 2012

LIVRO "DEVANEIOS"


EM BUSCA DO AMOR
(ao meu filho Paulo de Tarso)
                                       Neumar Monteiro 

Olhando o céu salpicado de estrelas
escolhi a mais bela, brilhante e meiga
para iluminar minha vida, o meu caminho.
Ergui-lhe um altar no coração em festa,
fiz dela  meu farol, meu guia, minha meta,
dei-lhe tudo de amor e tudo de carinho! 

Escolhi das flores a rosa mais singela.
Abubei-a com amor, meiguice e alegria,
transformei-a num enfeite de beleza e de poesia
a envolver com seu perfume o dia dos meus dias!

Procurei da vida o amor total e lindo.
Em vão o procurei nas flores e nas estrelas.
Vasculhei o céu, o mar, o mundo todo
e encontrei o amor, oh embriagadora maravilha!
Na alegria de ouvir dizer – Mamãe!
E na felicidade de dizer – Meu filho!

 

 

domingo, 23 de setembro de 2012

O NORTE FLUMINENSE - 09-2012


             JOVENS  EM  BUSCA  DE  SUCESSO
                                                                                       Neumar Monteiro
                                                                          (neumarmonteiro.blogspot.com) 

             Jovens que se esvaziam de ideal e que se perdem no marasmo das cidades interioranas – talvez este fosse o título mais adequado para a reportagem que ora empreendemos. Já por falta de incentivo governamental,  já por carência de opção nos estudos, lazer e trabalho, assistimos o lento caminhar de nossos jovens a um adolescer sem esperanças e a um futuro sem qualquer perspectiva.
                        Os nossos tristes jovens caminham com passos de velhos para um não se quê que os espera. Talvez um resquício de ilusão ainda colorem aquelas faces quando, arrojados e resolutos, partem em busca de seus destinos. Debalde buscam aqui ou acolá nessas pequenas cidades do interior, que só lhes têm a oferecer um mercado de trabalho que não os comporta.
                        A nossa pesquisa realizou-se nas cidades de Muriaé, Itaperuna, Bom Jesus e Pádua, sendo entrevistados quarenta jovens na faixa etária de 16 a 22 anos. A pergunta: qual será o seu futuro no seu Município? Por incrível que pareça somente dois deles afirmaram ter futuro garantido “pois seus pais possuem comércio e eles trabalham em conjunto para o crescimento do negócio da família”. E os outros trinta e oito que futuro os espera? A maioria pensa em ir para as capitais ou para o exterior em busca de sucesso, sonhos que se transformam, quase sempre, em meras frustações.
                      Também, constatamos que muitos estudam até o 2º Grau, após batalham por uma vaga nas Faculdades gratuitas, objetivo conquistado por uma minoria; os demais ficam à mercê de “um não faz nada” enquanto esperam alguma sorte grande que lhes caia do céu ou seguem a rotina dos subempregos, nos quais  se acomodam enquanto a vida passa; quando não resvalam para os tóxicos ou para a sedutora marginalidade social nas diversas modalidades.
                       A cada dia fica mais difícil arrumar emprego. As empresas exigem experiência, coisa que os jovens não possuem, notadamente no interior, tornando-se a competição ainda mais injusta quando é para disputar vaga com jovens de cidades grandes quase sempre mais preparados ao mercado de trabalho.
                       A reportagem tornou-se sofrida à medida que os questionamentos aumentavam: Quem poderá ajudar nossos jovens? A questão, sabemos, é difícil, mas não incontornável. É para se pensar e agir, porque esses não são fatos isolados ou divertidos, por tratar-se de uma estatística séria e lamentável.
                       Quando já estamos no Século XXI, vigésimo primeiro século da Era Cristã ou Era Comum, temos a obrigação de alargar os horizontes para oportunizar o crescimento de todos. Esse futuro, obrigatoriamente, terá que caber os jovens, contar com eles e inseri-los na sociedade, sob pena de repetição dos erros do passado - omissão nossa e pecado de todos.   

 

RISCOS & RABISCOS


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O NORTE FLUMINENSE - 08/2007


CORAÇÃO DA CIDADE 
                                                               Neumar Monteiro

                     A Festa de Agosto é o coração da cidade pulsando de alegria! Reencontro de emoções e um repassar do ufanismo que sempre alcança os bom-jesuenses, mesmo à distância. Festa de Agosto é o agosto agourento transformado em encanto; metamorfose da apatia em andança pela cidade, rever amigos, visitar parentes e encontrar o aconchego de ontem e de hoje.
                     É, sobretudo, relembrar um passado quando os folguedos eram outros, repletos de gincanas, disputas do Olympico e Progresso, bailes no Aero Clube, Salim Tannus declamando “Morrer Sonhando” do inesquecível Padre Mello e cantando a marcha da cidade revivendo, ano após ano, as velhas tradições.
                     Hoje a festa não é mais aquela. Também não se pode parar o tempo ou voltar atrás. A cidade caminhou para novos eventos, cresceu, modificou-se, mas o coração bom-jesuense permaneceu estagnado no amor à terrinha. Tão bom rever o sorriso daqueles que retornam! Que importante é sentir que os que ficaram não foram esquecidos. No encontro de emoções, o coração dispara e os olhos faíscam de contentamento. É um instante único, inesquecível, quando a velha guarda encontra os jovens de hoje, filhos dos filhos desta cidade querida.
                     Não há coração que aguente tanta emoção! É um reviver de assuntos e de perguntas, diálogos para saber tudo do outro como irmãos gêmeos separados pela vida. Agosto é tudo isso e muito mais, na expectativa de sairmos renovados ao ver que o outro envelheceu mais do que nós; que fulana trocou de marido e que sicrano mudou de religião. Coisas de somenos importância, mas mil vezes caras aos que não se encontram o ano inteiro.
                     São lembranças do comediante “Fernando Maia” (Alegria); da fábrica de camisa “Maril”; fábrica de balas “São Jorge”; refrigerante “Laranjinha” do Coquinho; da Escola “Pratt” de datilografia da dona Magali e dona Lili; do esmoleiro “Pernambuco”; do “Dadinho”, o homem mais alto da cidade; pensão da dona “Altiva e o hotel do Galiano Pimentel”; “Lauro Olé”; “fogueteiro Jonas”; “Garoto; Macuco; Mané Marimbondo”; “Dirceu da Mug”; os ternos requintados do “Elias Chalhoub” e do ‘seu’ “Cordeiro”; “Pedrinho Teixeira”; da alvorada da “Lyra Operária”; retretas de bandas à tardinha e shows na praça pública com artistas famosos; doces do “Erbinho e dona Custódia”; do cachorro-quente nas barraquinhas à beira-rio; “maestro Bastião”; da Orquestra do “Samuel Xavier”, “Dona Adelaide pipoqueira” e tantos outros assuntos e perguntas que só a tradicional festa trazem à baila.
                     Novamente agosto. Prepare-se porque o sentimento vai falar mais alto, o peito vai inchar de orgulho e a comoção vai ser geral. Não saia de casa sem levar um lenço. Viva a Festa de Agosto! Hoje e sempre.                            
                                  

sábado, 8 de setembro de 2012



Hoje, em 08/09/2012, festa de "Rosal"- Distrito de Bom Jesus do Itabapoana o "2º Festival de Chorinho e Sanfona" quando o Coral "AMANTES DA ARTE" apresentou várias músicas do seu repertório agradando a todos os presentes que, agradecidos pela hora musical, aplaudiram entusiasticamente. Parabéns aos rosalenses pelo festival que comemora o 2º ano de sucesso total; pelas barracas que vendiam artigos feitos a mão; pela delícia de salgados e doces; também pelo Chopp geladinho vendido nas barracas. Rosal das flores e das madrugadas seresteiras, você é realmente um sucesso!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

LIVRO "DEVANEIOS"


VIDA
                                 Neumar Monteiro

Noite de vento e tempestade
o mar revolto embrulhando as ondas,
cantigas de lamento e de  saudade,
procura de paz e de guarida.

Que importa se lá fora
a tempestade domina a vida,
se a vida que há em mim
transborda em doce melodia,
qual serenata de amor cantada ao luar?

Deixe que caia a procela,
pois enquanto a natureza
se enfurece lá fora,
em mim existe um coração que chora
de alegria por saber que existo
e que estou viva!