sexta-feira, 29 de julho de 2011

SÃO PEDRO DO ITABAPOANA



SÃO PEDRO DO ITABAPOANA, distrito de MIMOSO DO SUL. Aconchegado perto do céu e rodeado de verde abrangendo o horizonte. Uma cidadezinha, com nome de santo que encanta e que emociona apaixonadamente. Quem ali aporta nunca a esquece:  dos cafezais, dos laranjais... E das rodas de sanfona e viola, do bucólico museu São Pedro de Alcântara do Itabapoana, da Casa de Artesanato e o Antiquário São Miguel. Fazendas centenárias, cama e café, cerveja gelada, cachaça da boa... Não é por acaso que se mora lá. 

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

O NORTE FLUMINENSE - 2006

NO  TEMPO  DO  RÁDIO 
                                                                                                                                                                             Neumar  Monteiro 

                            Quando criança, sempre ouvia o rádio propagando jingles que eram entoados, repetidamente, pelas crianças. Naquele tempo, em que não existia televisão, o rádio era o maior veículo de difusão de informações, bem mais do que os parcos jornais que circulavam no interior. Através dele, aprendíamos sobre música, política, economia e outros tantos assuntos de interesse nacional.
                            Na ocasião da morte do Chico Viola, alcunha do saudoso Francisco Alves, soubemos da notícia através do rádio. Naquele dia, lembro-me ainda, o meu pai, Athos Fernandes, levava-me no colo atravessando a Rua 15 de Novembro. Pequenina que era, não entendia a importância do triste acontecimento, mas senti que era algo muito sério, “chora o mundo inteiro Chico Viola morreu”, deixando mais de 130 composições. Também, gravou Lamartine, Noel, Ismael, Herivelto, Caymmi, Nazaré, Catulo, Zequinha de Abreu... Enfim, um gênio da música popular brasileira.
                            Nas noites da minha infância, toda a família se reunia para ouvir “A Voz do Brasil”, os rádios, teatros e as novelas, então muito em voga, apresentando personagens como o Anjo, o Jerônimo - filho de Maria Homem - com seus fiéis amigos Jaguar e o Moleque Saci “lutando pelo bem contra o mal”. Impossível esquecer o “Balança Mas Não Cai”, com o primo rico e o primo pobre (antes no rádio e depois na televisão). O “Repórter Esso”, um informativo, na voz de Heron Domingues, de hora em hora e em edições extraordinárias. E o “Direito de Nascer”, Albertinho Limonta, Izabel Cristina, mamãe Dolores e o Dom Rafael ? Imperdível !...
                            Das mensagens musicadas da época merecem destaque: “Melhoral, Melhoral é melhor e não faz mal”; “Para um banho de beleza, Palmolive-se dos pés à cabeça”; “Lembre-se: dor que não for de amor, Cafiaspirina cura”; “Regulador Xavier, o remédio de confiança da mulher, nº 01 excesso, nº 02 escassez”; “Quem bate? É o frio! Não adianta bater, eu não deixo você entrar, as Casas Pernambucanas é que vão aquecer o meu lar”; “Se a criança chorou, dorme, dorme, filhinha, tudo calmo ficou mamãe tem Aurisedina” e  “Varig transporta passageiro, passageiro pelo mundo inteiro”.
                            Tempo de ontem e tempo de hoje, uma linha tênue separando-os. Sem limites, porque as lembranças sobrevivem intactas, conforme um poema que escrevi: O ontem e o hoje num só quadrante, como o desabrochar de uma flor só dura àquele instante!...Saudades do meu pai.






terça-feira, 26 de julho de 2011

RISCOS & RABISCOS

POEMA DO AMOR ETERNO

APELO
                   Neumar Monteiro

Vem, amor,
desperta-se o sol
para um novo dia.
Vem, amor,
escutar os pássaros
que  saúdam o amanhecer.
Vamos correr,
abraçar o vento,
beijar as ondas.
Correr e brincar
como crianças.
Vestir as cores
da manhã risonha,
verde, amarela, doirada
como os beijos do sol. 

Vem, amor,
a vida nos espera.
Esqueça das tristezas
nesta hora bela,
e sinta o perfume
da manhã  bonita.
Deixe sua mão
entrelaçar a minha.
Vamos desfolhar
os bem-me-queres da vida,
e gritar ao mundo
o nosso amor.

EM BUSCA DO AMOR
                                                                                  Neumar Monteiro
                         Ao meu filho Paulo de Tarso 

Olhando o céu salpicado de estrelas,
escolhi a mais bela, brilhante e meiga
para iluminar minha vida, o meu caminho.
Ergui-lhe um  altar no coração em festa,
fiz dela meu farol, meu guia, minha meta,
dei-lhe tudo de amor e tudo de carinho! 

Escolhi das flores a rosa mais singela,
adubei-a com amor, meiguice e alegria,
transformei-a num enfeite de beleza e de poesia,
a envolver com seu perfume o dia dos meus dias! 

Procurei da vida o amor total e lindo.
Em vão o procurei nas flores e nas estrelas,
vasculhei o céu, o mar, o mundo todo,
e encontrei o amor, oh embriagadora maravilha!
Na alegria de ouvir dizer – Mamãe!
  E na felicidade de dizer – Meu filho!




segunda-feira, 25 de julho de 2011

FESTA DE APIACÁ


O coral "AMANTES DA ARTE", de Bom Jesus do Itabapoana, abrilhantou a festa de Apiacá - ES, em 24/07/2011, cantando diversificadas melodias que agradaram o público presente. Apiacá estava feliz, com seu povo percorrendo as ruas,barraquinhas e participando de shows variados. O Coral agradece a receptividade que teve, incluindo a acolhida na casa da Leidinha.
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domingo, 24 de julho de 2011

FESTA DE ROSAL



Rosal de rosas tão lindas, cultura florida e garra. Quem a  conhece, não mais se esquece: seus montes, suas ruas, suas fontes; Rosal com sua festa e o coral "Amantes da Arte", na foto Martinha,  Neumar e Ana, prá não esquecer de Sant´Ana, que está na festa também, protegendo este povo.Um lugar que nos faz bem! Branca Mota, Prefeita de Bom Jesus, Marisa Valinho e todos os outros, que participaram da festa; Gutemberg, o cantor, arrasou na cantoria em homenagem a Rosal. Tudo foi muito bom: comida, bebida e acolhida, no "1º Festival de Chorinho e Sanfona."
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quinta-feira, 21 de julho de 2011

POEMAS DE NEUMAR



REFLEXÕES 

Um dia, despi
a mortalha que me envolvia
e vesti as cores douradas
do amor.
E saí, brilhando de felicidade,
pelas ruas estreitas da cidade,
cantando versos de paz
e cheirando a vinho antigo.
E todos se embriagaram
com o perfume do vinho,
com os olhos dormentes
pelas faíscas de ouro.
Beberam-me. E por não
compreenderem a razão
de tanto júbilo, rasparam-me todo o ouro
e me deixaram nua.
Então, deduzi que os homens
desconhecem o brilho
e o perfume do amor.
Vesti novamente a mortalha
da infelicidade e recolhi-me
à caverna escura
do meu ser contrafeito.
Hoje, sou pérola negra
no útero de uma concha
discreta e civilizada.



PREMONIÇÕES 

Não canto o agora
nem o passado.
O futuro, não me importa!
Canto a eternidade,
Além da vida, além do mundo. 

Canto o infinito
das coisas incriadas,
do primeiro grito
do Universo iniciante
ao último estertor
da Criação. 

Segredei às nebulosas
os meus caros anseios.
Assim, depois da vida
e depois da morte
a mensagem permanecerá
intacta, e será compreendida
por outra espécie de seres
que habitarão os mundos.
É só o que me basta.

MENINA NA ROÇA

domingo, 17 de julho de 2011

20 ANOS REVISTA STATUS

Parabenizo a Ana Lúcia Guizzardi pela belíssima festividade de vinte anos da Revista "STATUS", na qual foram homenageadas várias personalidades de diversas categorias que enobrecem a nossa Bom Jesus do Itabapoana, Bom Jesus do Norte e demais cidades circunvizinhas. Realmente uma belíssima noite festiva, tanto pelos pelos ilustres presentes, como pela alegria, distinção e cordialidade da Diretora e Editora  Ana Guizzardi,  assessorada pelo apresentador Josué Barbosa. Parabéns, extensivo aos demais prestigiados. Abraços da Neumar.  
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sexta-feira, 15 de julho de 2011

O NORTE FLUMINENSE - 07-2011

                        NÓS PEGA O PEIXE
                                                   Neumar Monteiro
                                                              

                   É muito triste ver o Brasil falando “nós vai, nós foi” como acatou o MEC. Com certeza Pedro Álvares Cabral está rolando no túmulo e dizendo: - Não foi para isso que descobri o Brasil! Ora, pois, pois...
                   Que retrocesso cultural igualando, pelos erros, a Língua Pátria!... Quantas aulas foram dadas e materiais didáticos usados para a alfabetização de um só aluno? Imagine milhares deles... A intenção de educadores deve ser a de aprimorar os educandos em todos os aspectos e, não, entravar a sua estrada com uma pedra de mil quilos de ignorância. Se for por isso, até a Bíblia Sagrada terá que se modernizar já que foi escrita e traduzida por mãos e cabeças culturalmente diferentes que, mesmo assim, não suscitaram “preconceitos linguísticos.”
          Quanto custou ao Brasil a criação de escolas públicas, seminários e faculdades para o aprimoramento dos brasileiros? Quantos livros foram escritos por notáveis homens das Letras que aportaram em lares da periferia? Livros têm pernas e correm o mundo todo, o que é inegável. Um só livro lançado erradamente pode subverter toda uma comunidade de educandos. O “Por uma vida melhor” da professora Heloísa Ramos, prega o erro, a banalização da cultura e o escárnio da linguagem culta em prosa e verso; uma brincadeira de “ficar na onda” quem não tem outro jeito de aparecer.
                     Se defendem a linguagem coloquial, isso, necessariamente, não deve abranger uma Nação. Todos nós a usamos algumas vezes entre amigos como algo engraçado, despojado ou passageiro. Enfim, brincando de falar errado. Claro está que não temos que sair apregoando tal falar de troça.
                   O Brasil custou a entrar no trilho da história ao lutar pela sua Independência, incluindo-se uma linguagem própria, coerente e sadia. Não aquela mistura de Tupi Guarani com Portunhol. Quantos séculos se passaram? Quantas águas já rolaram? Agora temos que retroceder? Seria burrice intentar tal caminho; só se aprovarmos voltar à ignorância o que, por certo, seremos vaiados pelo resto do mundo culto e letrado. Vamos subir nas árvores, tirar as roupas e escrever igual em nome da conveniência de alguns criadores de caso: “Será que a gente semos inútius?”
                    “Um crime contra nossos jovens” foi a matéria veiculada pela Imprensa, em  maio de 2011, falando sobre o assunto, a saber : “ Vocês estão cometendo um crime contra os nossos jovens, prestando um desserviço à educação já deficientíssima do país e desperdiçando dinheiro público com material que emburrece em vez de instruir; estão cometendo um crime contra a educação brasileira“. É claro que há controvérsias, sabendo-se que muitos querem ver o circo pegar fogo e, também, ganhar dinheiro com a venda do livro. Aguardamos que vença a Educação, acima de tudo, para o bem de todos e a felicidade geral da Nação, plagiando D. Pedro de Alcântara.

POEMA DO AMOR ETERNO

MADRUGADAS DE LUA
Neumar Monteiro 

Borda-se o céu de fofas nuvens.
Diáfana, esplendente, a lua aparece.
Faíscas purpurinas cortam os espaços,
Desprendem-se das estrelas serpentinas de luz! 

Duendes brincam à sombra dos ciprestes.
Dourados, felizes, banhados de luar.
trazendo em cada mão
multicores guizos,
de nuanças nunca vistas e jamais
imaginadas! 

E assim, enquanto dormem os homens,
a natureza vibra.
O vento cicia brando, as flores bailam
unidas,
ao som de harpas tangidas pelas Musas! 

E os homens, esquecidos de tudo,
placidamente dormem,
alheios às belezas
que a Natureza mostra
em noites de magia,
nas madrugadas de lua!

POEMAS DE NEUMAR

M,ARCHA DA NORMALISTA
        Letra e música de Neumar Monteiro 

Ser Normalista é ser estrela guia
que encaminha as novas gerações,
estrela do saber sempre brilhando,
desde a cidade até rudes sertões. 

È trabalhando no jardim da mente,
operária do amor e do ideal,
que a Normalista a Pátria amada ajuda
semeando as flores do alfabeto e da moral. 

Vá, moça bela,
lutar pela infância
que espera você!
Vá, afugente as trevas
com a luz rutilante
do sol do saber!
Vá, resoluta.
Só vence quem luta,
quem ama e quem crê!
Vá, Normalista, que a Pátria
acredita e confia em você.






DEVANEIOS

           

MADRUGADA
                      Neumar Monteiro 

Aqui estou eu,
na madrugada fria,
falando de amor
num colóquio com o vento. 

Aqui estou eu,
falando de saudade,
buscando a solução
dos sonhos que acalento. 

Aqui estou eu,
sorvendo a lembrança
que este vento traz
e o pensamento alcança. 

Aqui estou eu,
na madrugada fria,
vivendo de lembranças
que morrem com o dia!











quarta-feira, 13 de julho de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE A AUTORA

“É com grande satisfação que lanço, em nome do Conselho Municipal de Cultura, mais um livro de poesias, desta vez diferente dos anteriores: “Poema do Amor Eterno”. A autora, Neumar Monteiro, é membro fundador da Academia Bonjesuense de Letras, poetisa, cantora, pintora, musicista e declamadora” Dr. Ayrthon Seródio – Presidente do Conselho Municipal de Cultura e da Academia Bonjesuense de Letras.  (1978)  

“Surpreendeu-me o livro da Neumar, “Poema do Amor Eterno”. Vejo que a Neumar transmite poesia, com imagens lindas e inspiradas. Ela vai longe sim senhor! Parabéns à Neumar”  - P. de Petrus  ( Rio de janeiro  1978)

domingo, 10 de julho de 2011

REVISTA STATUS - 2006

E O PALHAÇO O QUE É?                                                    

                                                             Neumar Monteiro 

Tempos atrás, toda cidade recebia o circo que, ocasionalmente, montava a sua tenda de lona nos terrenos baldios. Era muito bom recebê-lo! Que algazarra das crianças; que rebuliço aquela correria atrás das carretas que exibiam os animais circenses, os malabaristas e os artistas que cuspiam fogo pela boca. Os palhaços jogavam balas e pirulitos chamando para a estreia, enquanto equilibravam bastões coloridos no vermelho nariz de bola.
Todos vestiam roupas de festa para ir ao circo. Era o acontecimento social do ano. Sob a tenda, representavam teatros, cantavam modinhas divertidas, implicavam com a plateia e, às vezes, até convocavam alguém para participar da cena que se desenrolava no picadeiro. Uma alegria para a meninada que se encantava assistindo as evoluções dos trapezistas, as momices dos palhaços, as apresentações dos mágicos, contorcionistas, feras domadas e o globo da morte. Quem não se lembra do circo dos irmãos Temperani, Queirolo, Bartollo e Garcia? E outros mais que nos falha a memória?
Que belas recordações dos tempos de ontem! Incluindo as do Parque Filadélfia que anualmente nos visitava, armando suas ferragens no alto Santa Rita, em frente ao Colégio Rio Branco. Os meninos dedicavam músicas para as meninas, tipo: “tu és a criatura mais linda que os meus olhos já viram”, “ninguém é de ninguém na vida tudo passa”, “Deus meu Deus, tenha piedade de mim faça com que ela volte”... “Alguém dedica a alguém e este alguém sabe quem”, era a chamada do correio sentimental para a música encomendada. Esta brincadeira rendeu vários casamentos.
Hoje não temos mais circos, nem terrenos baldios para armá-los. Administrações passadas não se preocuparam em reservar um lugar para tão grata acolhida. Um circo faz muito bem para as crianças no desenvolvimento da afetividade, no ensino da perseverança de fazer e conseguir, e nas relações humanas, de maneira geral, já que é fator socioeducativo; itens tão necessários à boa convivência, conforme o exemplo do saudoso palhaço “Carequinha” com suas valiosas lições de simpatia, solidariedade e amor aos pequeninos, à natureza e aos animais.
                    Hoje tem marmelada? Só as políticas; que geram a indiferença e o desamor. Os palhaços somos nós mesmos, que privamos os nossos filhos de lembranças tão importantes da infância.                      



                                                         (Revisão Ortográfica)


quarta-feira, 6 de julho de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE O LIVRO “DEVANEIOS”



“Diante do livro da Dra. Neumar de Abreu Monteiro da Silveira, me vem a mais simples e verdadeira das respostas: a função da poesia é aproximar-nos uns dos outros. É a arte de nos restituir pela palavra ao que há de mais universal em nós: o amor, o ciúme, o desejo, o medo da morte, a crença em Deus... O verso que nos comove, que nos restitui à nossa humanidade, que nos dispõe à fraternidade, sempre há de ter cultores como a Dra. Neumar.” Desembargador Miguel Pachá – Presidente do Tribunal da Justiça  - RJ 

“Em versos que tão admiravelmente soube compor, também revela Neumar as suas inclinações filosóficas. Felicito e parabenizo a Dra. Neumar por este livro, que tão bem exprime a pureza do seu estro poético e que, por seus méritos, está fadado ao sucesso.” Desembargador Marcus Antonio de Souza Faver - Tribunal da Justiça – RJ 

“ Podemos dizer com ela, parodiando-a, que é incrível que não tenhamos o afã de revelar a coletânea desses talentos que estão conosco, no trabalho do dia-a-dia, ocultos pela indiferença e o descaso dos que poderiam libertar riquezas desconhecidas. Neumar é o ponto de partida de uma das atividades do Museu da Justiça. O futuro dirá.” Desembargador José Joaquim da Fonseca Passos – Presidente do Colegiado Dirigente do Museu da Justiça -  Tribunal da Justiça RJ. 

“ Certa feita, conversando com J.G.de Araújo Jorge, na troca comum das elucubrações, recebemos dele, como sempre o fazia, as práticas lições de como versejar, quando afirmou: “É fácil fazer poesia quando se ama, ou se sofre, ou ainda quando estamos divagando em sintonia com o infinito. Aqui está a lição de Araújo Jorge, nestes Poemas que a inspiração permitiu que Neumar os materializasse na escrita;” Desembargador Libórni Siqueira – Tribunal da Justiça  RJ. 

“Quando recebi, com honra e surpresa, o original de DEVANEIOS para externar  uma apreciação crítica, não imaginava a grande satisfação que teria na leitura desta poesia leve, romântica e íntima da pessoa ímpar que se assina singela e simplesmente Neumar, pessoa afabilíssima, funcionária zelosíssima, ao qual acrescentaria agora, singelamente, “vate poetíssima”, pela felicidade de sua inspiração e pela elevada sensibilidade.” Desembargador Eduardo Mayr – Tribunal da Justiça – RJ. 

“ Para Neumar, de espírito inquieto mas produtivo, as horas do dia se revelam insuficientes para dar vazão ao seu mundo intelectivo, onde as suas inspiradas produções literárias fruem no correr de sua pena, como águas cristalinas que brotam da fonte e se espraiam em campo fértil.”- Desembargador Antonio Izaías da Costa Abreu – Membro do Grupo de Altos Estudos da Memória do Judiciário  - Tribunal da Justiça – RJ.


AS FLORES DO JARDIM DA MINHA CASA

POEMA DO AMOR ETERNO - 1978

VIDA
                         Neumar Monteiro 

Noite de vento e tempestade.
O mar revolto, embrulhando as ondas.
Cantigas de lamento e de saudade,
procura de paz e de guarida. 

Que importa se lá fora
a tempestade domina a vida,
se a vida que há em mim
transborda em doce melodia,
qual serenata de amor cantada ao luar? 

Deixe que caia a procela,
pois enquanto a natureza
se enfurece lá fora,
em mim existe um coração que chora
de alegria por saber que existo
e que estou viva!


DEVANEIOS - 2003

                                         APELO
                                                                Neumar Monteiro 

Vem, amor.
Desperta-se o sol
para um novo dia.
Vem, amor,
escutar os pássaros
que saúdam o amanhecer.
Vamos correr,
abraçar o vento,
beijar as ondas.
Correr e brincar
como crianças.
Vestir as cores
da manhã risonha,
verde, amarela, doirada
como os beijos do sol. 

Vem, amor,
a vida nos espera.
Esqueça das tristezas
nesta hora bela,
e sinta o perfume
da manhã bonita.
Deixe sua mão
entrelaçar a minha,
vamos desfolhar
os bem-me-queres da vida,
e gritar ao mundo
o nosso amor.






RISCOS & RABISCOS

POEMAS DE NEUMAR

O ACAUÃ
                                       (Do folclore amazonense)
                                     Neumar Monteiro 

Na noite escura,
coalhada de medo,
canta o acauã
agourenta canção
que arrepia a natureza.
Tétrico gargalhar
que enrijece os ossos
e enlouquece a mente. 

Na esteira fria,
a tapuia moça
se contorce alucinadamente.
E gritando e gemendo,
vê a vida esvair-se
como areia escorrendo
por entre os dedos. 

Lá fora a noite se prolonga
sombreando os prados
de fantasmas.
A gargalhada ecoa
assustadoramente.
Em cada olhar o terror,
em cada boca uma prece. 

E o acauã ronda a presa,
qual abutre espreitando a morte.
Depois, a paz retorna,
despertando do maligno encanto
a tapuia jovem.
O ar cheirando à vida,
expulsa o fétido odor da morte. 

Cala-se, afinal,
a ave agoureira.
Emudeceram-se as preces...
E a natureza volta a dormir,
indolentemente,
no seu leito de relvas!



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