segunda-feira, 4 de junho de 2012

LIVRO "POEMA DO AMOR ETERNO"


REGRESSO
                          Neumar Monteiro 

Voltei.
A tarde morria
langorosa e mansa.
O perfume dos cravos,
doce lembrança da infância,
esperava-me à beira do caminho! 

O riacho corria,
as águas arrepiadas pela brisa.
E os últimos raios de sol
aqueciam meu corpo.
Os meus passos cadenciados
pela sinfonia dos pássaros,
deixavam marcas na poeira do chão! 

E eu, pisando a estrada,
não  sorria, chorava.
Lágrimas ardentes e saudosas
embaçavam os meu olhos,
olhos de quem muito sofreu! 

E comtemplei, tristonha,
minha bagagem de sonhos.
Ontem, repleta de esperanças fagueiras,
hoje, nua de ideais, vazia de ilusões! 

Ah! Os prazeres da vida!
São todos eles como a fumaça!
O vento zombeteiro
da realidade ingrata
os espalham
pelas curvas do caminho. 

E o sonhador inconformado,
que foge à realidade,
vê ruir seus castelos,
frágeis moradas dos sonhos.
Vê as quimeras, uma após outra,
soçobrando, tragadas pela vida,
e regressa tristonho!

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