REGRESSO
Neumar
Monteiro
Voltei.
A tarde morria
langorosa e mansa.
O perfume dos cravos,
doce lembrança da infância,
esperava-me à beira
do caminho !
O riacho corria,
as águas arrepiadas
pela brisa.
E os últimos raios de
sol
aqueciam meu corpo.
Os meus passos
cadenciados
pela sinfonia dos
pássaros,
deixavam marcas na
poeira do chão !
E eu, pisando a
estrada,
não sorria, chorava.
Lágrimas ardentes e
saudosas
embaçavam os meus
olhos,
olhos de quem muito
sofreu !
E contemplei,
tristonha,
minha bagagem de
sonhos;
Ontem, repleta de esperanças
fagueiras,
Hoje, nua de ideais,
vazia de ilusões !
Ah ! Os prazeres da
vida !
São todos eles como a
fumaça!
O vento zombeteiro
da realidade ingrata
os espalha
pelas curvas do
caminho.
E o sonhador
inconformado,
que foge à realidade,
vê ruir seus
castelos,
frágeis moradas dos
sonhos...
Vê as quimeras, uma
após outra,
soçobrando tragadas
pela vida,
e regressa tristonho!
Nenhum comentário:
Postar um comentário