O JOGO DO AMOR
Neumar Monteiro
Quem não amou nesta vida, nesta terra
pendurada no espaço? Quem não chorou pelo desencanto, pelo acalanto e pelo
desespero da miséria de si mesmo que não consegue amigos e nem a paz? O mundo
verdadeiro aconchega a alma estremecida, a família unida e a sabedoria plena do
sábio que nos preenchem a alma. É curioso aquele que não gosta de ler, de
assistir bons filmes, de cumprimentar o vizinho e de passear na praça. O mundo
todo é só um globo azulado, que acolhe nossa palma e nossa indiferença; um
viveiro de criaturas que nem sabem para onde vão após o derradeiro dia da
passagem para outra vida adormecida no espaço. Talvez, somos os palhaços das
estrelas estrelando um filme colorido ou em preto e branco ou uma caravana que
passa no filme de nossos sonhos... Quem sabe o que é certo ou incerto nesta
terra que carrega as estrelas, o sol e a lua? Seremos nós passageiros da
escuridão da noite? Por acaso, um foco de luz para luzir as estrelas? Só Deus
sabe o caminho e o desalinho.
Todas as religiões jogam o jogo
do amor para conseguir adeptos - no que estão certas - a religião é a água que
abençoa e a fala que soa a paz. Através das mensagens proferidas se renova a
vida e a credibilidade do ser ou não ser, e da valentia de citar nomes de
santos que trabalharam pela causa do conhecimento e da fé. O jogo do amor cata
os pedaços daqueles perdidos que nunca entraram numa igreja e caçoam de quem as
segue. Para isso, existem os que clamam para abrir os ouvidos para a propaganda
da fé - falar de amor, sinceridade e coração aberto, para aceitar o irmão ‘de
mal com a vida’.
Tantos gostam de cantar em
noites estreladas, vozes possantes, instrumentos afinados e um gole de cachaça
subtraído do vidro escondido no bolso; tantas serenatas, acordando as
madrugadas, chorando no acordeão. Tantas emoções escorrendo dos olhos e
transbordando no rosto; tantos amores naquele jardim de flores coloridas, como
se fossem cachoeiras de mágicas tecidas. Isto é o jogo do amor: que se flora em
flor para encantar os olhos emaciados de aventureiros que passam ébrios de
cachaça, mas levando uma rosa em sua camisa encardida.
Um aconchego do lar é maior
que tudo, ainda mais comendo pipoca com várias mãos atacando o mesmo pote transbordante
de amor familiar. Claro que o cardápio é
variado... Com os beijos fugidios dos namorados! Se esta rua fosse minha jogava
o jogo do amor, que a noite inteira aplaudisse no céu de Nosso Senhor e contava
piadas engraçadas enquanto a coruja espiava com a cabeça arredondada, olhos
grandes e bico curto. Talvez esperasse o amado, que estava na torre da igreja
com suas asas abertas, já anoso e bigodudo, jogando o bico pra frente para
alcançar aves pequenas que pousavam no seu posto. Era somente o amor que
afastava tal zelo... a esperança de amor cruzava aves sem medo, umas batendo
nas outras com bicos de remelexo; voavam em telhados toscos, também em ricaços palacetes, voando para o infinito
para alcançar outros trechos.
O “Jogo do Amor” sempre
existiu: seja mulher, homem ou lobisomem; sejam feias, morenas ou louras,
africanas ou irlandesas; egípcias, inglesas, brasileiras ou sem tetos... O amor
passa primeiro arrendando sentimentos que não escapam a ninguém! Pensando bem:
O Jogo do Amor é certo!
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