CENA CAMPESTRE
Neumar Monteiro
O galo da campina
ao longe canta forte.
O dia começou
a hora se aproxima
em que desfeitas as
dores
da noite mal dormida,
vão os homens
cansados
em busca do alimento.
São espectros de si
mesmo
na luta que não cessa,
que vai de sol a sol
do dia que começa
e só termina à noite
quando voltam para a
aldeia.
E os homens
encurvados
ao peso da desdita,
que só conhecem a dor
na faina rotineira,
retornam descontentes
aos humildes
casebres,
chorando os
desencantos
com olhos de poeira.
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