quinta-feira, 22 de agosto de 2013

"O NORTE FLUMINENSE" - 01-2008



CRÔNICA DE UM ANO NOVO
                                                                                  Neumar Monteiro

                                   
                        Começar um novo ano sempre representa uma retomada de decisões: como olhar adiante visualizando outros caminhos. O novo se descortina com variadas perspectivas, que nem sempre vamos tocar para frente, como um leque de sonhos acalentados que, no pretérito, não os vivemos. Um tudo novíssimo no espocar dos fogos de 31 de dezembro, quando brindamos à criança que temos dentro de nós rumo a um futuro adulto nas pegadas impressas no chão do nosso destino.
                                   Um ano bom em 2008: com saúde e tranquilidade, embora através de reveses políticos e do desassossego da economia oscilante, apesar do Real; mas é uma oportunidade que a vida nos dá, a cada um diferentemente, mesmo que tenhamos de abrir mão de alguma coisa na árdua jornada do dia a dia. Faz parte do show da vida a oscilação dos humores, o cansaço da luta, o pranto derramado e o prato nem sempre farto de comida. Também a indiferença, a traição, o descaso e a desarmonia, pois “sou homem e nada reputo alheio a mim do que é humano”, conforme tão bem o disse o sábio Terêncio. Mas sempre é alguma coisa a simples capacidade de sonhar, e viver emoções outras que não aquelas do ano que passou. Afinal, a trajetória humana começa no ventre da verdade eterna, no umbigo da imensidão dos espaços e na brisa que carrega em suas asas o sêmen da nossa vida.
                                   Somos um amálgama do animal, mineral e vegetal, filhos da esperança e irmãos das estrelas; a visão perfeita da grandiosidade cósmica e a mais complicada criação por milímetro de corpo físico. Deus nos quis assim: incertos nas certezas, fortes nas nossas fraquezas e firmes quando tíbios e desconcertados. Um todo repartido cujo sentido só pode ser espiritual, criação talentosa oriunda da sabedoria infinita.
                                   Um Ano Novo para repensar a vida! Quem diria que teríamos outra oportunidade? Quem não a teve voltou para o efêmero infinito incognoscível... Sabemos lá o que mais existe. Coube-nos a tarefa de tocar a vida para frente. Que o façamos da melhor maneira, no finito espaço de nossos passos.
                                     

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