quinta-feira, 20 de novembro de 2014

LIVRO "POEMA DO AMOR ETERNO" - 1978



INCERTEZAS
                                  Neumar M. Silveira


Já não sei quem sou,
nem o que fui.
O que serei já não me importa.
Sou vaga no mar, sem rumo.
Sou praia do amor, deserta !

Sem lira, perdida no caos
do abandono
não sei quem fui,
nem serei quem sou.
Nauta perdido em proceloso mar,
sem pátria, sem dono,
sem onde ancorar.

Se fui, se fiquei, já nem sei.
Meus sonhos vogando,
sem cais, sem abrigo.
De leste a oeste, de noite ou de dia,
sou barco sem porto,
sem tristeza ou alegria.

Um dia, quem sabe
futuro distante,
eu possa aportar-me
no cais do amor.
Serei ser ditoso,
já sem incertezas,
feliz, venturoso, isento de dor !

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