terça-feira, 7 de setembro de 2021

CRÔNICAS & ARTIGOS

 

 QUANDO JOVENS, SONHAMOS ESTRELAS

                                                                         Neumar Monteiro

                                                                                    

 

                   O tempo passa depressa nesta terra pendurada no universo e a juventude se ressente desta velocidade feérica que nos persegue; e os jovens sentem que a felicidade está por um fio, como o apagar da lâmpada ao dormir. Querem perseguir as novidades e inventar novos jogos que nem por interesse, todavia pela vontade de jogar, mostrar-se adulto e arvorar o pavão que está dentro de si... Enfim, exibir-se para os colegas e as meninas, como um meteoro que passa no céu rasgando a escuridão da noite deixando o rastro luminoso de sua cauda. Ai, que saudade da mocidade!  Ai, que saudade do pique-bandeira e do passar anel; de correr na noite e de namorar a dindinha lua da rede do quintal sonhando estrelas. Hoje o céu nebuloso, sombrio e triste, apaga a beleza da lua e esconde as estrelas. Como vamos guardar na mente o brilho dos astros que permeiam o estro dos poetas? Como vamos sonhar estrelas se  estão perdidas na voragem dos ares contaminados? Coitada juventude!...

                    Volúpia dos desejos como estamos jovens, sonhando estrelas, forasteiras, além do universo. Outros mundos nós queremos cativar; outros engenhos  queremos lançar no espaço para descobrir o que somos e para sorrir outros tantos passageiros da vida. O ônibus  espacial já chega no futuro para concorrer com as estrelas cadentes a velocidade do seu rumo. Enfim, o homem quer dominar tudo, desde o centro da terra até às alturas indomináveis.

Tudo pela ganância e esperança de descobrir outras plagas para fazer novos ninhos; pela cobiça de nova vida e pelo bolso cheio de pedras preciosas que o imensurável universo proveem. Esta é a obsessão dos terráqueos.           

                        

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