JOVENS EM
BUSCA DE SUCESSO
Neumar Monteiro
(neumarmonteiro.blogspot.com)
Jovens que se esvaziam de ideal e
que se perdem no marasmo das cidades interioranas – talvez este fosse o título
mais adequado para a reportagem que ora empreendemos. Já por falta de incentivo
governamental, já por carência de opção
nos estudos, lazer e trabalho, assistimos o lento caminhar de nossos jovens a
um adolescer sem esperanças e a um futuro sem qualquer perspectiva.
Os nossos tristes jovens
caminham com passos de velhos para um não se quê que os espera. Talvez um
resquício de ilusão ainda colorem aquelas faces quando, arrojados e resolutos,
partem em busca de seus destinos. Debalde buscam aqui ou acolá nessas pequenas
cidades do interior, que só lhes têm a oferecer um mercado de trabalho que não
os comporta.
A nossa pesquisa
realizou-se nas cidades de Muriaé, Itaperuna, Bom Jesus e Pádua, sendo
entrevistados quarenta jovens na faixa etária de 16 a 22 anos. A pergunta: qual
será o seu futuro no seu Município? Por incrível que pareça somente dois deles
afirmaram ter futuro garantido “pois seus pais possuem comércio e eles
trabalham em conjunto para o crescimento do negócio da família”. E os outros
trinta e oito que futuro os espera? A maioria pensa em ir para as capitais ou
para o exterior em busca de sucesso, sonhos que se transformam, quase sempre,
em meras frustações.
Também, constatamos que
muitos estudam até o 2º Grau, após batalham por uma vaga nas Faculdades
gratuitas, objetivo conquistado por uma minoria; os demais ficam à mercê de “um
não faz nada” enquanto esperam alguma sorte grande que lhes caia do céu ou
seguem a rotina dos subempregos, nos quais
se acomodam enquanto a vida passa; quando não resvalam para os tóxicos
ou para a sedutora marginalidade social nas diversas modalidades.
A cada dia fica mais
difícil arrumar emprego. As empresas exigem experiência, coisa que os jovens
não possuem, notadamente no interior, tornando-se a competição ainda mais
injusta quando é para disputar vaga com jovens de cidades grandes quase sempre
mais preparados ao mercado de trabalho.
A reportagem tornou-se
sofrida à medida que os questionamentos aumentavam: Quem poderá ajudar nossos
jovens? A questão, sabemos, é difícil, mas não incontornável. É para se pensar
e agir, porque esses não são fatos isolados ou divertidos, por tratar-se de uma
estatística séria e lamentável.
Quando já estamos no Século
XXI, vigésimo primeiro século da Era Cristã ou Era Comum, temos a obrigação de
alargar os horizontes para oportunizar o crescimento de todos. Esse futuro,
obrigatoriamente, terá que caber os jovens, contar com eles e inseri-los na
sociedade, sob pena de repetição dos erros do passado - omissão nossa e pecado de
todos.
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