segunda-feira, 28 de abril de 2014

LIVRO "POEMA DO AMOR ETERNO" - 1978



MARIA  MISÉRIA
                 Neumar M. Silveira

Maria Miséria do beco da fome,
Maria sem nome, Maria qualquer.
A cruz da desdita lhe pesa nos ombros,
nos ombros cansados da pobre mulher.

Da dor traz a marca no rosto enrugado
cansado, abatido, sem vida, sem cor.
A mãos estendidas, pedindo clemência,
cabeça pendida, sem sonhos de amor.

Maria Miséria do beco da fome,
seus dias de gloria o tempo apagou.
Seus olhos, outrora, que pouco choravam,
choravam  tristezas que o vento secou.

Na tumba sem nome do beco da fome,
repousa  Maria na campa sem flor.
Maria Miséria da vida sofrida,
Tem hoje guarida na paz do Senhor !

Nenhum comentário:

Postar um comentário