MARIA MISÉRIA
Neumar M. Silveira
Maria
Miséria do beco da fome,
Maria
sem nome, Maria qualquer.
A
cruz da desdita lhe pesa nos ombros,
nos
ombros cansados da pobre mulher.
Da
dor traz a marca no rosto enrugado
cansado,
abatido, sem vida, sem cor.
A
mãos estendidas, pedindo clemência,
cabeça
pendida, sem sonhos de amor.
Maria
Miséria do beco da fome,
seus
dias de gloria o tempo apagou.
Seus
olhos, outrora, que pouco choravam,
choravam tristezas que o vento secou.
Na
tumba sem nome do beco da fome,
repousa Maria na campa sem flor.
Maria
Miséria da vida sofrida,
Tem
hoje guarida na paz do Senhor !
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