sábado, 10 de setembro de 2011

O NORTE FLUMINENSE - 12 / 2006

BUSCO  O  NATAL  

                                                                                                  Neumar Monteiro


Busco o Natal a cada tempo, no sorriso da criança, no sentimento de amor, no pão repartido e nos olhos que enxergam além. Busco o Natal! Só ele me leva ao paraíso perdido dessas coisas não mais encontradas nos anseios da modernidade, tão repletos de expectativas e desencontros.
Natal é nascer. Reviver das cinzas! Ícaro que inventa outra maneira de voar, Pierrot que busca a Colombina, luta que anseia trégua e barco que persegue o mar. Não esta improvisação de versos, nem a imposição do comércio, nem o desassossego de agradar. De paz, que satisfaz, preenchendo o vazio de Deus.
Se é Natal, deve ser pleno e consciente - ardente como as velas natalinas. Deixar-me queimar de amor e aromatizar os corações com o perfume da minha fé. Dar um grito de liberdade para assustar os grilhões de tanta modernidade que só pensa em si mesma, egoísta e cruel.
Um dia que não é preciso chorar sobre o leite derramado ou amar pedindo licença... Sair de sombrinha, mesmo com sol, só por vontade de fazê-lo; jogar fora as revistas velhas, conceitos antigos, cartas amareladas que, às vezes, nem foram lidas, para repensar a vida; para comer com a mão, sentar no chão, esquecer a maquiagem, tomar banho de chuva inteiramente nua.
Afinal, no aniversário de 25 de dezembro ficamos de alma nova, outros projetos e férreas determinações. O aniversariante nos dá, a cada ano, um dia só nosso, com a liberdade de sermos autênticos, sem a máscara cotidiana que nos permite ser o personagem que imaginamos. Mostrar a cara, sorrir e sonhar como inocentes, porque Nasce a esperança de vida renovada, lá na manjedoura, num corpo de menino. 




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