domingo, 29 de dezembro de 2013

CORRIDA DO TEMPO



                            CORRIDA DO TEMPO
                                                                       Neumar Monteiro                                                                    
                        Os dias passam ligeiros que mais tempo não há de amornar correria para ver o tempo passar. Corre agora, correu o ontem que já passou por aqui e já não passa acolá; vivemos na corda bamba de dois pra lá, dois pra cá, conforme for o bolero que nós devemos dançar.
                       A dança se faz lamento de tanto pra lá e pra cá, como se fosse urgente à hora de se parar: os pés inchados de bolhas quer da unha ao calcanhar, agora é hora da pausa dos dois pra lá, dois pra cá. Bota a viola nas costas, saindo na faceirice, agradecendo o bailado num tom de troça brejeira e vai buscar outros tantos nas faceirices matreiras e nas cantorias entoadas, enquanto a lua está cheia, encontrando outros bailados para dançar noite inteira pendurando a viola no galho da macieira.
                        Pausando a cantoria, a cigarra canta seu canto na brejeirice do galho, dedilhando o violão em notas de papagaio que vai entoando lamentos com saudades do pardal, o vizinho da cidade... Pausa, então, a cantoria, fugindo a voz forasteira que, sem dinheiro ou mandado, não pode animar a festa sem o pato dodói, o corneteiro da noite, que abala a passarada tocando corneta tão alta melindrando os convidados que saem depressa voando para esconder suas caras. A terra ficou melindrada e dodói fugiu contente.
                      Corra corrida no tempo, sem dar o nó na gravata; o sol achou pertinente mostrar a força da raça, pois é o rei da manhã que amanhece a boiada, que alardeia o calor nas madrugadas geladas e ficam ali espiando as cordilheiras molhadas pingando as lágrimas ao vento na profusão da invernada.  Nos olhos da noite calada há folias de carnavais, a onça avança seu passo para comer o coiote, a única presa que espreita, dá-lhe o bote pertinente e enche a boca contente, lá se foi à noite inteira comemorando o presente - corra corrida no tempo!
                      Lua minguante vira barbante de imprensada luz, tão pequena no espaço!... Segue o caminho da revolta por não ser como a lua nova, crescente ou cheia, o que desvaloriza o seu espaço de expandir beleza e que contrai o seu ego: apertar, encolher e encurtar é o seu destino.
                    Há olhos que enxergam os valores da vida, outros desmentem as suas qualidades, pois muitos renegam os destinos que lhes foram dados. O tempo absorve os desenganos de alguns e, outros, continuam a jogar pedra na própria sombra e maltratar a alma. Somos filhos da aventura do viver; somos os povos espalhados pelo mundo como judeus errantes; somos o símbolo do medo e da esperança e nascemos para acrescer um espaço preparado para nós. Somos um veículo que não pode transcender o seu destino e, se transcendeu, foi abençoado pela misericórdia de Deus.
                     Tudo nesta vida se completa no que nos foi legado; nada fica de fora no momento de nossas agruras, inseguras, do amanhã, pois tudo faz parte da nossa história e trajetória da nossa vida. Sim, temos tudo a abençoar e tudo a comover: O Papa Francisco, que abençoou o nosso povo brasileiro e arregaçou a manga da sua vestimenta para cobrir a todos ali presentes e os ausentes desta terra de esperança e louvor. O Brasil foi abençoado de todos os quadrantes desta terra bonita; vamos dançar e amar, em dois pra lá e dois pra cá, num recato de esperança que o mundo vai revirar quando a festa da cristandade, que o Papa Francisco comemorou, deixando o mundo cristão  efervescido de amor, balançando de norte ao sul a bandeira cristã da Paz para que nós, brasileiros, num abraço de amizade, coloquemos a cruz de Jesus, abençoada de luz, em cada casa e cidade - Assim o mundo é feliz!                           

Nenhum comentário:

Postar um comentário