domingo, 25 de maio de 2014

REVISTA "O EMPRESÁRIO"



O  HOMEM  DO  LAMPIÃO  -  O empresário maio 2014
                                                  Neumar Monteiro

Diógenes de Sinope, também conhecido como Diógenes, o Cínico, foi um filósofo da Grécia Antiga.
Diógenes de Sinope  perambulava pelas ruas carregando um lampião, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto.
Diógenes era cosmopolita, pois não aceitava ser ateniense nem grego e sim um cidadão do mundo.
Calculem se esta moda pega no Brasil, um país onde o nepotismo e a corrupção caminham de mãos dadas e a impunidade impera principalmente para os colarinhos brancos!...
Gastar-se-ia tantos lampiões e tanto querosene que a energia elétrica seria desnecessária.
Quantos casos de malversação de bens públicos veem à tona e nada acontece?... O que adianta condenar às penas que não serão cumpridas? O ideal seria arrebatar os bens em indenização ao Estado. Nesta terra distante, onde tudo verdeja, não faz muito pelo bem estar do povo... Temos certeza!  Grandes promessas de políticos que nos enchem a cabeça, mas só tratam de si mesmos como véspera de quaresma. O povo sofre, espirra e se encolhe como um chafariz de lágrimas vertendo águas ferventes. O que será desta gente? Crianças lambendo a panela em fôrma dos condenados e lá na cozinha da casa só tem um pão e mais nada. O homem do lampião, todo borrado de lama, que só de lhe ver os olhos dá vontade de chorar - pimenta acesa no olho e tristeza no olhar!... O homem não sai esta noite para o peixe arrastar... Noite triste a de dezembro, quase na noite de Natal o arrebol de esperança...Porém, de esperança, mesmo, já não se encontra jamais!
O homem do lampião como um Diógenes perdido, talvez perdesse o lampião naquela noite vadia sem perguntar ao irmão o sumiço do seu vício. Tantas perguntas surgiram para desacreditar o filósofo, homens e mulheres cinicamente marcando, passo a passo, no silencioso silêncio - como cruz carregada no ombro de cada um; entre risos e chacotas pulando cercas e derrubando casas como demônios saltando e arrebentando a última da esperança de uma noite tranquila, iluminada, e que na rua cessem os vândalos e os sem guarida, deixando os lampiões aos pés da Virgem Santa Maria.
O dia nasce bem quente, de uma quentura dolente que dá vontade de dormir... Lava o pé Diógenes e calça a sandália do dia! Lá fora os sinos tocam acordando os mensageiros: reis, famílias diversas e os pobres pedindo o pão pelas calçadas... Cabeças enroladas nos panos, mal surgindo um novo dia, oferecendo um espelho de outro dia sem paz.
Povos guerreiros e estrangeiros lavam suas saias, baias e nostalgias no sol da casa vazia; a mãe, temerosa, traz a criança nas costas para não perdê-la da vista, cantando uma ária distante que uma vez escutara: Um som de noite de guerra, faca ferindo caras e pescoços arrancados dos ombros... Sons que faziam medo e traziam horrores àqueles pobres coitados que lutavam pela Pátria e honraria do berço. O Homem do Lampião já não acende sua luz e lutou pela nossa Pátria ou por outras Pátrias gentis, levando Cristo no peito e brigando pela sociedade, alavancando penhores pela estabilidade da moeda e do desenvolvimento econômico e, o Brasil, cresceu de nov                                                                Será que o Diógenes de hoje carrega um lampião para achar um tesouro? Ou joga o tesouro na arca ou parte para jogá-lo no seu bolso? Não duvidamos de nada. 

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