domingo, 24 de outubro de 2021

CRÔNICAS & ARTIGOS

 

O  QUATRO  DE  DEZEMBRO

                                                                                    Neumar Monteiro

                                                                                                    (neumarmonteiro.blogspot.com)

 

            A todo transcurso de o dia quatro de dezembro volta-me à lembrança a fundação da Academia Bonjesuense de Letras, um fato histórico-cultural, de mais de vinte  anos, que somente quem o viveu pode narrá-lo. Sem dúvida esse é o melhor aspecto da passagem dos tempos, o de contar os causos porque os presenciamos ou porque, por falta de outros, ficamos a relembrar os antigos.

            De qualquer forma, ainda estou aqui  quando muitos dos nossos confrades já partiram para a morada eterna. Afinal, a imortalidade da terra é efêmera como a fumaça que o vento espalha pelos caminhos. Ficam os frutos; e os que se foram nos legaram incontáveis, tantos os culturais, quanto os do coração, porque os poetas são pródigos em ofertar belezas em forma de sonetos, poemas, trovas...

            A ano de 1976 ficou marcado como o dia “D” da cultura bonjesuense. Sob a presidência do acadêmico Dr. Ayrthon Borges Seródio, reuniu-se o que havia de mais proeminente no setor lítero-cultural desta terra e de outros municípios irmanados ao Belo e às Letras. Nasceu dessa confraria uma Academia, que já rendeu muitos lucros literários. Foi através dela e do Conselho Municipal de Cultura, em parceria e sob a mesma presidência, que foram publicados belíssimas obras, incentivada a arte declamatória, exibidos os admiráveis desenhos do Dr. Edson de Souza Reis, recentemente falecido, e acolitados novos poetas, escritores, teatrólogo, musicistas e trovadores.

            Trabalhamos duro e pesado durante esses vinte e dois anos. Alcançamos a maioridade, combatemos o bom combate, completamos a corrida e guardamos a fé”, conforme Carta de São Paulo apóstolo e Timóteo. O resto a história dirá. Pelo sim e pelo não, resta-nos, com certeza, um longo caminho a percorrer e outras que a tantas batalhas em prol de tudo que for bom e valioso para o engrandecimento de nossa literatura. Estamos aqui, ao seu lado, num banco da praça, num escrito, num rabisco... enquanto houver um só de nós, continuaremos a propagar a Academia Bonjesuense de Letras.

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