DOMINGO NA ALDEIA
Neumar
Monteiro
(Um domingo qualquer
da década de 60)
Toca o sino
da Igreja da colina.
É hora da missa,
a hora divina,
em que os fieis
contritos vão rezar.
As roupas
domingueiras
bem passadas,
camisas, calças
brancas
engomadas,
e moças sorridentes
a passar.
Encontros se sucedem
na pracinha,
que fica em frente
à casa do Senhor.
Uma vizinha
encontra outra
vizinha,
e o diz-que-diz
começa:
Oh Deus! Que horror!
Um tresnoitado
“esponja” cambaleia
e um jovem vem
gritando
Paz e Amor!
É assim o domingo lá
na aldeia.
Todo mundo comenta a
vida alheia,
sem atender à voz do
seu vigário.
Ao invés de orações
fazem fofocas
sobre o namoro quente
da Marocas
com o Zéca do Chico
Boticário!
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