INCERTEZAS
Neumar Monteiro
Já não sei quem sou
nem o que fui
o que serei já não me
importa
sou vaga do mar, sem
rumo,
sou praia do amor,
deserta!
Sem lira, perdida no
caos
do abandono,
não sei quem fui,
sem serei quem sou
nauta perdido em
proceloso mar,
sem pátria, sem dono,
sem onde ancorar.
Se fui, se fiquei, já
nem sei.
Meus sonhos vogando,
sem cais, sem abrigo.
De leste a oeste, de
noite ou de dia,
sou barco sem porto,
sem tristeza ou
alegria.
Um dia, quem sabe
futuro distante,
eu possa aportar-me
no cais do amor...
Serei ditoso,
já sem incertezas,
feliz venturoso,
isento de dor!
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