terça-feira, 10 de dezembro de 2019

PORTA MORTA - DEVANEIOS 2003



PORTA MORTA
                                         Neumar Monteiro

Porta, morta, madeira não tem vida.
Punhos batem na mudez da matéria:
Inerte, espera, algo a desperta-la.
O vento não ousa demovê-la
do seu silêncio de porta,
e permanece muda – madeira endurecida!
Se alguém lhe fala, fecha os ouvidos
De árvore antiga, que já foi vida,
e hoje é porta –morta aos apelos do mundo!...
Igual a nossa a sua vida:
Se não há incentivo ou ousadia,
se não há chave para abrir ideias e
recriar o mundo de sonhos e fantasias,
somos porta morta, - madeira entristecida!

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