PORTA MORTA
Neumar
Monteiro
Porta, morta, madeira
não tem vida.
Punhos batem na mudez
da matéria:
Inerte, espera, algo
a desperta-la.
O vento não ousa
demovê-la
do seu silêncio de
porta,
e permanece muda –
madeira endurecida!
Se alguém lhe fala,
fecha os ouvidos
De árvore antiga, que
já foi vida,
e hoje é porta –morta
aos apelos do mundo!...
Igual a nossa a sua
vida:
Se não há incentivo
ou ousadia,
se não há chave para
abrir ideias e
recriar o mundo de
sonhos e fantasias,
somos porta morta, -
madeira entristecida!
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