CONTROVÉRSIA
Neumar M. Silveira
Há quem cante a canção
lúgubre das guerras,
ou as canções sofridas das lágrimas.
Eu canto o doce enlevo do amor.
As guerras passam ceifando vidas,
calando vozes.
Pelos caminhos, o som metálico
das baionetas cala os pássaros
e afugenta os duendes do bosque.
Triste som da morte!
Nas faces desesperadas
lágrimas deslizam,
manchando de dor a partitura da esperança.
Triste som o do desespero!
Eu canto o amor.
A canção das musas!
Despi-me das tristezas e lágrimas
desde as primeiras notas
desta embriagadora melodia.
1979
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