LIBERTAÇÃO
Neumar Monteiro
Não quero que ninguém
desvende o meu íntimo
e nem me compreenda.
Eu quero é falar por falar,
mesmo sem plateia.
A mim, somente,
a compreensão do que canto.
Aos outros, o silêncio obstinado
e os sorrisos de escárnio.
Sou eu. Basta-me saber que sou.
O resto é pura vaidade
de almas gananciosas.
Não almejo um céu
de glórias eternas
nem um calvário
de provações e lutas.
Almejo ser grande
no universo do meu próprio ser.
É o quanto basta
para fazer-me feliz e realizada!
Um dia, quando o presente
tornar-se passado e
as idades se confundirem
no calendário da vida,
compreenderão os meus
anseios mais íntimos.
Neste dia, terei o espírito
obeso de realizações
sem saudades ou tumultos,
sem barreiras!...
No extremo longínquo:
Nos confins!
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