segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A VOZ DO POVO

MÃE  POEMA  -  1991
                                          Neumar Monteiro                                                  

                        Hoje quero falar de mãe. Não de mãe bonita retratada em capa de revista, mas da mãe sofrida que batalha pela vida. Aquela que enfrenta as lutas terrenas com estoica resistência, anônima sem sorte do nascimento à morte.
                        Uma mulher comum. Como eu, você, como qualquer mãe brasileira de lida rotineira, que luta heroicamente do dia que amanhece até o sol poente.
          Uma mulher qualquer, de nome Maria ou Maria José. Sem vaidade, sem dinheiro e sem idade. Que trabalha de sol a sol e em noites sofridas, retirando o sustento dessas lidas. Mãe de avental, e de carne e osso, que já perdeu da alegria o endosso.
Mãe lavadeira, cozinheira... Ou qualquer que ela seja, o seu Status de Mãe confere-lhe posto e grandeza.
                        Venho falar de mãe. Qualquer uma dessas que doou à terra um fruto das entranhas. Num poema inusitado que fala da verdade, tento desvendá-la perante a humanidade.
                        No cortiço que ensombreia à luz que já se apaga, dormita uma criança que a mãe, feliz, afaga. No rosto enrugado e nos olhos dormentes, resplandece o amor ao mini ser vivente. Um quadro tão bonito e de tamanha pureza é o materno testemunho de angelical nobreza.
                        Não importa o seu nome, repito, nesta homenagem: se seda o seu vestido ou trapo sua verdade. Importa, isso sim, que essa mãe esquecida seja também lembrada pela missão na vida.


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