domingo, 7 de agosto de 2011

POEMA DO AMOR ETERNO

O JUÍZO FINAL
                     Neumar Monteiro 

Súbito cobre-se o céu
de um negro intenso.
Nuvens de espavento
passam céleres
como corcéis
galopeando campinas.
Ribombam os trovões
como tambores de guerra.
Faíscam pelo ar
os raios multicores!
Silva, ruge, assobia
o vento gélido da morte.
E os homens, espavoridos, correm,
tentando fugir em vão
à fúria Divina! 

Abrem-se sulcos no chão.
Incham e espumam ferozmente
os mares encapelados.
Línguas vorazes de fogo
lambem o solo.
Pássaros, plantas e feras,
tudo se consome.
Foge amedrontada a luz.
Milhões de estrelas cadentes
ziguezagueiam pelo espaço.
Apagam-se os pirilampos,
tragados pela escuridão
e pelo caos. 

Por fim, tudo clareia.
Anjos adejam pelo ar
entoando canções.
Apartam o bom do mau
e os lobos das ovelhas.
Cânticos de louvores e lamentos
enchem a imensidão dos céus.
E sofrendo e suando
vão os homens
pastoreando a sorte. 

E Deus, do infinito, tudo vê.
E, na sua bondade,
passa sobre a culpa dos homens
a esponja do perdão.
Dá novamente o Verbo feito carne
em prol da humanidade.
E esta outra vez O leva
ao Gólgota das injúrias,
fria e indiferente à Sua dor
no Calvário das penas!


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