TARDES DE OUTONO
Neumar Monteiro
Tardes mornas de outono.
Quantas lembranças!
O sol reflete dourado
nos cabelos das crianças
e os montes, todos eles,
fulguram a ouro.
O vento, nos ramos descabelados,
murmura canções ao ouvido das flores.
E estas bailam, ligeiras, ao compasso da brisa,
como ninfas tresloucadas!
E o riacho lentamente passa
adormecido no regaço do seu leito.
Depois, tudo muda.
Um manto escuro encobre a relva.
Sombras inquietas surgem
afugentando a tarde.
Os ramos são esqueléticos braços.
O riacho encrespa suas águas,
como rabo de gato.
O sol fecha os olhos atrás dos montes,
que já não são dourados, e dorme.
No estampado céu surge a lua
coberta de prata, ornada de estrelas.
Um silêncio sepulcral envolve a natureza.
É chegada a noite!
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