domingo, 3 de julho de 2011

O NORTE FLUMINENSE - 2006

                             CADÊ O MEU GIBI?                                              
                                                                        Neumar Monteiro 

Dá gosto lembrar dos antigos gibis, que faziam a alegria da criançada tempos atrás. Quem não os leu nos inesquecíveis anos sessenta e setenta? Sem dúvida, os famosos gibis forjaram heróis, ilustraram sonhos e incentivaram a imaginação de muitos jovens. Era uma loucura a corrida até à banca de revista do Rachid Feres, Ormindo Cotts ou a do Orlando Bastos Borges para comprá-los e que, depois de lidos, eram trocados ou emprestados aos amigos. Um gibi mais cobiçado valia, no escambo, por dois de menor importância.
Toda uma geração colecionou: X-09, Flash Gordon, Tarzan, Mandrake, Fantasma, Cisco Kid, Sir Teréré, Lucky Luke, Homem Elástico, Ferdinando, Detetive, Meia Noite, Super-Homem, Marvel, Tio Patinhas, Luluzinha, Bolinha e demais, algumas de histórias em quadrinhos e outras de cunho policial, sem falar no “Almanaque Tico-Tico” que era o sonho de consumo da maioria. O importante dos ambicionados gibis, era promover o encontro dos jovens de uma maneira sadia ao mesmo tempo em que permutavam experiências, num passado em que os vícios do presente ainda não existiam. Em formato de tiras, dentre outros, citamos: Popeye, Recruta Zero, Brucutu, Touro Sentado e Bronco Bill.
Certo é que muitos adultos de hoje sentem falta dos gibis, quer pela criatividade, quer pelo surpreendente desenho que apresentavam - em papel jornal é bom que se diga. Atualmente viraram objetos de leilão, provocando acirradas disputas entre os colecionadores. Também há os que empreendem verdadeiras peregrinações aos sebos tentando adquiri-los. No mesmo patamar, citamos os exemplares das revistas “O Cruzeiro”, “Fon-Fon”, “Careta”, sabendo-se que os personagens Lamparina, Goiabada, Jujuba e Carrapicho foram criados por J. Carlos nas páginas de “O Tico-Tico” entre 1905 e 1907. Na linha Disney, da Editora Abril, os álbuns de figurinhas da Bela Adormecida, Alice no País das Maravilhas e Bambi eram disputados com avidez.
Apreciada, também, era a revista alemã “Burda” que toda boa modista colecionava. Não se tratava de um gibi, mas de uma valiosa publicação de moda que apresentava coleções de afamados costureiros internacionais. A inesquecível doceira D. Adélia, esposa do Sr. Polix Cosme Teixeira de Siqueira, assinava a desejada “Burda” e nem trabalhava com costura. Que festa para os olhos das meninas! Todas sonhando que seria para sempre aquele folhear de páginas coloridas. Fantasias que passaram, mas viraram saudades.   Detalhe: “Burda” continua circulando.   

                                         ( Revisada Nova Nomenclatura)


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