segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

CRÔNICAS & ARTIGOS

 

O PECADO MORA AO LADO  -  NF   07 - 2010

                                                                             Neumar Monteiro

                                                                         
 

                   O título acima pertence ao filme homônimo, exibido em 1955 nos Estados Unidos, tendo como principais intérpretes a atriz Marilyn Monroe e Tom Ewell. A comédia romântica foi o maior sucesso de bilheteria no exterior, também no Brasil na década de 60 em diante. O genial enredo contém uma das mais célebres cenas já exibidas no cinema: quando o vestido da provocante atriz voa com o vento do metrô. Depois disso, suas famosas pernas foram decantadas exaustivamente, em prosa e verso, por anos a fio. Um delírio total!

                  A tentação do pecado foi grande. Principalmente para uma época puritana, quando os pais vigiavam atentamente os seus filhos, nem que fosse a canto chorado, para a preservação da ingenuidade em relação às coisas mundanas. Infelizmente, o pecado é bíblico desde a criação do mundo: humano, em Adão e Eva e, pagão, em Sodoma e Gomorra. O homem nasceu da mácula do pecado e peca por direito hereditário, até que o tempo se transforme e a humanidade se justifique.

                        Afinal: Ainda existe pecado neste mundo de ensandecidos caminhos? Quem acredita no pecado hoje em dia? Alguém ainda crê nos bons propósitos para a salvação da alma? Acredita em alma? O homem moderno endureceu o coração de tal maneira que se acha superior a ensinamentos milenares. Poucos são aqueles que ainda conservam a fé ensinada pelos pais e mestres. Passaram uma borracha no aprendido e vivem conforme os ditames que se impuseram.

                        Os tempos de agora não se escandalizam com uma saia de mulher erguida pelo vento do metrô... Já viram este filme! Viram tantos outros que não acreditam ser pecado cobiçar a mulher que mora ao lado. Coisa tão banal... Não creem nos malefícios do fumo, do alcoolismo, da sexualidade desvairada e não querem conselhos que lhes obriguem a pensar. O futuro falhou com os seus atuais conceitos e ensinamentos. Salvaram-se as boias e não os nadadores; sumiram os gafanhotos e, não, as pragas.

                   A cotação do pecado está em alta. O melhor pecador ganha a grana, a droga, a fama, a garota e o carro. Houve uma inversão de valores sem precedentes na história humana: vence  aquele que peca, sapeca, enrola e não reza .O mundo virou do avesso! Ou seja: no mesmo filme de 1955 Marilyn Monroe dormia nua na banheira com espuma, enquanto, no recinto, um encanador usava sua chave de grifo para conter um vazamento... Talvez aí tenha começado o descrédito do pecado.    

 

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