DOENÇA CHIBATA MISÉRIA - STATUS 06 - 2009
Neumar Monteiro
Já faço caso do descaso que nos rodeia e da mendicância que ronda a cidade após as persistentes chuvas de princípio de ano. Os danos materiais se contam aos montes, sem oportunidade de reposição; e o povo, já tão sofrido, engole sua frustração desde o café da manhã, tarde e noite e outro dia.
Os problemas só crescem, se não se apara os seus tentáculos: fecha lojas, o pão encarece, cresce a miséria sofrida como contas de um rosário passado de mão em mão.
Será que o Brasil nasceu pra ter destino tão triste? De ser descoberto e roubado; de ser tão grande e malcuidado, de ser tão rico e tão pobre? Que tantas controvérsias o rodeiam que nem a luz da lua cheia é capaz de clarear seu rumo? Tantos bandidos políticos e tantos políticos sensatos... Seus nomes todos conhecem, suas práticas estão nos jornais, e os votos vão sempre a mancheias para os voltados ao mal.
Escravos ainda somos. Só é livre quem dá conta da sua própria vida e que garante o seu sustento, teto e lida, vertido do próprio suor. O que vemos hoje em dia são mendigos dos cofres públicos, encostados e apadrinhados de um sistema desigual.
Quando começou tudo isso? Quando foi que o Brasil saiu dos trilhos para descarrilar sua gente? Talvez na frota de Cabral, que em vez de trem partiu de nau, levando naquelas ondas ouro, prata e o embornal, que pendurado no ombro garantia a Portugal sua alforria europeia, deixando para o Brasil doença, chibata e miséria.
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