ÔNIBUS COMILÃO - STATUS 06 - 2009
Neumar Monteiro
A novidade em Bom Jesus é o ônibus comilão cuja passagem é de quatro reais e setenta centavos até Santo Eduardo e um real daquela localidade para Campos dos Goytacazes. O povo adorou, e anda falando que têm pessoas se deslocando até Campos para almoçar num acolhedor restaurante que cobra um real, com direito a suco e sobremesa . Concluindo: ida, vinda e almoço, que dizem ser muito bom, fica na base de doze reais e quarenta centavos. Imperdível!
Apesar de acontecimento tão prazeroso, temos que analisar a queda na economia da nossa cidade sabendo-se que os restaurantes e bares perderão grande parte de seus clientes. Também os mercados e supermercados, presumindo que os que viajam para aquela cidade logicamente vão aproveitar para fazer umas comprinhas. De maneira geral, prejuízos para todos: cama, mesa, banho, armarinho, vestuário e calçados, de um só passeio a doze reais e quarenta centavos.
Não obstante, perspectiva abre-se aos aposentados, assalariados, encostados e desempregados das duas Bom Jesus... Conforme velho ditado fecha-se uma porta, abre-se uma janela. Mas nem que janelas cerrem, há de haver uma maneira de contornar tal problema, sob pena de outro grande sacrifício para os dois municípios.
Não podemos perder mais nada! Não é justo tamanho descaso com os nossos empresários e lojistas! Estamos no fundo do poço na economia. O povo, em geral, já não absorve tantas desilusões sabendo-se que tivemos muitas perdas que, somadas, soletrariam todo o alfabeto. Infelizmente é questão de bom senso e boa vontade, que quase já não acreditamos que ainda existam no vale do Itabapoana. Agora o impasse: qual medida tomar para salvar o comércio e, ao mesmo tempo, resguardar os direitos dos cidadãos?
É tempo de repensar e construir juntos. Torcer pela cidade, posto que jogar contra já não comporta; descaso é covardia; ódio já nos basta e, inconsequência, passou da medida. Temos que acreditar na revitalização do lugar em que vivemos, em prol do pão nosso de cada dia: questão de futuro e de continuidade.
Os anos transitam e a vida escorre no caudal da historicidade. Nunca vimos tantos desafios, nem tanta apatia; nexo e desconexo. O que nos faz lembrar a “praga da mula preta” que, segundo a lenda urbana, foi lançada sobre a aprazível região banhada pelo Itabapoana.
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