quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

CRÔNICAS & ARTIGOS

 

QUE FALTA QUE FAZ!  - NF  01 - 2010

                                                                                                     Neumar Monteiro

                                                                         
 

Um sábio sonharia com dias melhores, vidas coloridas e paz no mundo em que vivemos. Um sábio é sábio até nos sonhos, e não se desgasta em ultrapassar fronteiras que não lhe cabem desvendar aceitando, pacífico, as dificuldades que lhe rondam os passos. O sábio segue o compasso, e não desvirtua as notas musicais que a criação divina espalhou por toda a terra: dança com a brisa e solfeja uma canção com o vento, sem nenhum lamento que possa calar a música da natureza. O sábio, com certeza, é um sábio, diferente de nós que nos importamos com pequenas coisas.

É bom estar presente quando a vida acontece. Cada hora não vivida por descuido, desesperança ou sono em demasia, é uma que se desconta. Deixamos de ver a criança que se transforma, a rosa que desabrocha e o beijo sem ser beijado; cada momento que se perde, inventamos nada; não trocamos palavras trancadas na garganta e interrompemos o fluxo da espontaneidade; paramos no tempo que o sábio não deixaria desperdiçar: a vida passando em branco como um lençol em cama vazia.

Falta que faz o consolo da prece, o bom dia amigo e de um tempo antigo que se perdeu na saudade. Que falta que faz o Padre José Paulo Vieira a semear o evangelho e salvar as almas. Que saudade do seu sorriso luminoso, que era um brinde de amor ao próximo e que nos transmitia vida. Saudade da acolhida ao povo e, também, do zelo incondicional na doação à Igreja e às Obras de Caridade - “prova de amor melhor não há”.

 O que mais pediríamos a Deus? Falta que faz a compreensão e o perdão; qualquer desavença nos apequena e fincamos os pés na intransigência. Fechamos espaços e trancamos ouvidos, como se a verdade fosse desastrosa sob qualquer argumento e criamos os nossos monstros, desencontros e sofrimentos, pendências que não se resolvem e morrem com a gente como troféus que conquistamos nesta vida passageira.

Tudo é besteira, inconsequência sem eira nem beira. Falta que faz o sentir falta, lembrar outros tempos sem qualquer lamento ou mágoa. O resto não se conta porque tudo é passageiro: ódio, inveja e dinheiro... Que falta que faz ser feliz! Conforme disse “Confúcio”: Quem de manhã compreendeu os ensinamentos da Sabedoria, à noite pode morrer contente.

                                                  FELIZ ANO NOVO!  

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