quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

CRÔNICAS & ARTIGOS

 

NÃO HÁ MAIS LUGAR (O EMPRESÁRIO)    06 - 2009

                                                                                                           Neumar Monteiro

                                                                            

                                   Não há mais lugar para esconder a mágoa de assistir o final do Aero Clube... Pensar que nunca mais vai valsar os nossos passos, nem um besame mucho encantará os lábios dos enamorados. Triste fim de um clube que só proporcionou alegrias: morre sem um verso, sem um assobio de notas musicais, calado, asfixiado no próprio desconforto.

                                   As paredes guardam lembranças, fixam memórias e acordam corações. Os apaixonados ficaram na saudade de anos dançados, rodopiados, naqueles boleros luxuriantes que atiçavam as saias rodadas das meninas; na Jovem Guarda cantando Roberto Carlos, Erasmo, Wanderléa e os olhos sensuais do Wanderley Cardoso buscando encantar a moça na sua timidez. Um tempo, um clube, que não conseguem despegar de nós, mesmo sendo exorcizados pela passagem dos anos...

                                   Que se pode fazer? O que podemos fazer? Como tantas e tantas controvérsias, revezes e desencantos, ninguém se preocupa com isso, pois história não dá lucro nem votos; e mais uma vez cruzamos os braços abraçando a nós mesmos – guardados, protegidos no descaso escondido dentro do peito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário